REVISTA ISTO É N° Edição: 2325 | 14.Jun.14 - 00:30
Apesar de não terem comprometido a abertura da Copa, problemas, erros e desinformação cobraram o preço pelos atrasos na organização
Apesar de não terem comprometido a abertura da Copa, problemas, erros e desinformação cobraram o preço pelos atrasos na organização
Yan Boechat
Apesar do saldo positivo, o primeiro dia de Copa do Mundo no Brasil teve uma cara bastante parecida com a partida que a Seleção Brasileira disputou no gramado do estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo: repleta de pequenos problemas, mas que não comprometeram o resultado final. Desde a apresentação de abertura morna, com pouca criatividade e repleta de clichês, passando pela decepção e desatenção com a veste robótica usada por um cadeirante para dar o chute inicial, até os problemas na Arena Corinthians, toda a organização sob responsabilidade da Fifa dava a impressão de que houve muito improviso.
MAIS DO MESMO
Show de abertura foi um festival de clichês sobre o Brasil
Enquanto o transporte, o maior temor dos dias que antecederam a abertura do Mundial por conta de uma greve dos metroviários paulistas, se saiu melhor do que o esperado, a Arena Corinthians mostrou que os atrasos nas obras e a falta de testes cobraram um preço alto no primeiro jogo do Mundial. Por todas as partes do estádio era possível encontrar entulhos, restos de obras, e até no camarote que recebeu a presidenta Dilma Rousseff e os oito chefes de Estado que assistiram ao jogo Brasil e Croácia o cheiro de tinta fresca estava presente. Nas áreas Vips, aquelas destinadas a celebridades e aos convidados dos patrocinadores da Copa do Mundo, a falta de luz deixou corredores na penumbra e impediu o funcionamento apropriado dos elevadores, provocando enormes filas. “É impressionante como as coisas ainda estão por ser feitas, não esperava por isso”, afirmou o analista de mercado Cláudio Heringer, convidado de uma empresa multinacional e que precisou pegar uma escada com fios expostos para chegar a um restaurante que servia almoço e bebidas aos Vips.
A falta de luz também atingiu boa parte das 62 mil pessoas que foram ao estádio na quinta-feira. Por duas vezes os refletores de dois setores do Itaquerão se apagaram, reduzindo em 20% a iluminação do estádio. Por sorte, as falhas aconteceram com o dia ainda claro e não chegaram a comprometer a partida.
FORA DO TOM
J.Lo, Pitbull e Claudia Leitte apenas fingiram
cantar a música da Copa, "We Are One"
Bem antes disso, no entanto, o atendimento ao público nos bares e lanchonetes do estádio foi duramente comprometido pela escassez de produtos e pela demora para conseguir se comprar uma simples garrafa de água mineral, vendida por R$ 6. Os sanduíches, frios, terminaram antes mesmo do início da festa de abertura, e os torcedores precisavam gastar até 30 minutos para serem atendidos.
A pobre festa de abertura comandada pela belga
Daphné Cornez foi motivo de críticas no brasil e no mundo
Para completar o cardápio de frustrações de um dia que se mostrou bem menos complicado do que previam os mais pessimistas, a festa de abertura, comandada pela belga Daphné Cornez, foi motivo de críticas tanto dentro quanto fora do estádio. Com um espetáculo pobre, repleto de espaços vazios no gramado, a apresentação parece ter agradado a pouca gente. Enquanto a imprensa mundial apontava erros e situações esdrúxulas, como o constrangedor playback descompassado de Claudia Leitte, Jennifer Lopez e Pitbull, boa parte do público aproveitou para se dedicar a uma função menos nobre, porém mais pragmática: enfrentar as longas filas para conseguir, depois de muitos anos, tomar uma cerveja dentro de um estádio de futebol no Brasil.
DECEPÇÃO
Quem esperava uma caminhada viu apenas um chutinho
do cadeirante utilizando o exoesqueleto de Nicolelis
Fotos: VANDERLEI ALMEIDA, PEDRO UGARTE - AFP; Reginaldo Castro; Reginaldo Castro/Estadão Conteúdo
Apesar do saldo positivo, o primeiro dia de Copa do Mundo no Brasil teve uma cara bastante parecida com a partida que a Seleção Brasileira disputou no gramado do estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo: repleta de pequenos problemas, mas que não comprometeram o resultado final. Desde a apresentação de abertura morna, com pouca criatividade e repleta de clichês, passando pela decepção e desatenção com a veste robótica usada por um cadeirante para dar o chute inicial, até os problemas na Arena Corinthians, toda a organização sob responsabilidade da Fifa dava a impressão de que houve muito improviso.
MAIS DO MESMO
Show de abertura foi um festival de clichês sobre o Brasil
Enquanto o transporte, o maior temor dos dias que antecederam a abertura do Mundial por conta de uma greve dos metroviários paulistas, se saiu melhor do que o esperado, a Arena Corinthians mostrou que os atrasos nas obras e a falta de testes cobraram um preço alto no primeiro jogo do Mundial. Por todas as partes do estádio era possível encontrar entulhos, restos de obras, e até no camarote que recebeu a presidenta Dilma Rousseff e os oito chefes de Estado que assistiram ao jogo Brasil e Croácia o cheiro de tinta fresca estava presente. Nas áreas Vips, aquelas destinadas a celebridades e aos convidados dos patrocinadores da Copa do Mundo, a falta de luz deixou corredores na penumbra e impediu o funcionamento apropriado dos elevadores, provocando enormes filas. “É impressionante como as coisas ainda estão por ser feitas, não esperava por isso”, afirmou o analista de mercado Cláudio Heringer, convidado de uma empresa multinacional e que precisou pegar uma escada com fios expostos para chegar a um restaurante que servia almoço e bebidas aos Vips.
A falta de luz também atingiu boa parte das 62 mil pessoas que foram ao estádio na quinta-feira. Por duas vezes os refletores de dois setores do Itaquerão se apagaram, reduzindo em 20% a iluminação do estádio. Por sorte, as falhas aconteceram com o dia ainda claro e não chegaram a comprometer a partida.
FORA DO TOM
J.Lo, Pitbull e Claudia Leitte apenas fingiram
cantar a música da Copa, "We Are One"
Bem antes disso, no entanto, o atendimento ao público nos bares e lanchonetes do estádio foi duramente comprometido pela escassez de produtos e pela demora para conseguir se comprar uma simples garrafa de água mineral, vendida por R$ 6. Os sanduíches, frios, terminaram antes mesmo do início da festa de abertura, e os torcedores precisavam gastar até 30 minutos para serem atendidos.
A pobre festa de abertura comandada pela belga
Daphné Cornez foi motivo de críticas no brasil e no mundo
Para completar o cardápio de frustrações de um dia que se mostrou bem menos complicado do que previam os mais pessimistas, a festa de abertura, comandada pela belga Daphné Cornez, foi motivo de críticas tanto dentro quanto fora do estádio. Com um espetáculo pobre, repleto de espaços vazios no gramado, a apresentação parece ter agradado a pouca gente. Enquanto a imprensa mundial apontava erros e situações esdrúxulas, como o constrangedor playback descompassado de Claudia Leitte, Jennifer Lopez e Pitbull, boa parte do público aproveitou para se dedicar a uma função menos nobre, porém mais pragmática: enfrentar as longas filas para conseguir, depois de muitos anos, tomar uma cerveja dentro de um estádio de futebol no Brasil.
DECEPÇÃO
Quem esperava uma caminhada viu apenas um chutinho
do cadeirante utilizando o exoesqueleto de Nicolelis
Fotos: VANDERLEI ALMEIDA, PEDRO UGARTE - AFP; Reginaldo Castro; Reginaldo Castro/Estadão Conteúdo
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