sexta-feira, 27 de junho de 2014

ATÉ AGORA, BRASIL REALIZA A COPA DAS COPAS


JORNAL DO COMERCIO 27/06/2014


EDITORIAL


A Copa do Mundo está se desenrolando de uma maneira que pode ser considerada boa, organizada nos estádios, nos deslocamentos e na presença alegre do público torcendo pelas várias seleções. Apesar dos prognósticos anteriores, principalmente na imprensa estrangeira, sobre a desestruturação total do Brasil para sediá-la, até agora, tem sido mesmo a Copa das Copas, com 48 dos 64 jogos disputados. Certo, tivemos problemas, pois, escolhidos em 2007, perdemos no mínimo dois anos em reuniões verborrágicas, planos jamais executados, ideais mirabolantes e muito pouca execução. Quando foi dada a largada para obras dos estádios e, mais ainda, da mobilidade urbana, não havia mais tempo para completar tudo. A segurança era e ainda continua sendo uma preocupação básica, com tantos aficionados torcendo, mas sem maiores traumas, também até agora. Resta, a partir deste sábado, apenas o futebol dos classificados, quem perder volta. Os melhores analistas dizem que a seleção canarinho ainda não convenceu, nem mesmo com os 4 a 1 contra Camarões, uma seleção tecnicamente inferior.

Neste sábado, o Brasil vai parar para ver se, contra o Chile, os comandados de Luiz Felipe Scolari transmitem confiança de chegarem ao título. O retrospecto mostra que as seleções brasileiras se firmaram ao longo das Copas, jogo após jogo, mesmo nas campanhas vitoriosas que nos trouxeram cinco títulos de campeões do mundo. Talvez porque os brasileiros não fizeram uma apostasia, ou seja, não renegaram o seu gosto religioso pelo bom futebol, com dribles, firulas e as tabelas rumo ao gol, como vimos tantas vezes. Entretanto, os adversários evoluíram, o intercâmbio é intenso e a maioria dos nossos jogadores atua no exterior. Na primeira etapa da Copa do Mundo, tivemos a surpresa da eliminação de seleções como a incensada Espanha, além da Itália, da Inglaterra, de Portugal e da Rússia, todas candidatas ao título.

Não se viu, até agora, um time com um futebol brilhante, apenas lampejos individuais da Holanda, da Argentina de Messi e do Brasil de Neymar. É pouco. Até porque, se antes tínhamos os folclóricos artistas da bola, como Didi, Rivelino, Garrincha, Bebeto, Pelé, Zico, Ronaldo, Romário e tantos outros, hoje, o que se observa é um preparo físico impressionante, com atletas que correm demais. Quando se observa, por exemplo, cenas de jogos de seleções nacionais dos anos de 1970, a impressão que se tem é que as imagens estão em câmera lenta, tal a diferença de velocidade para a correria atual.

Importante é que aeroportos, hotelaria, deslocamentos e segurança nas arenas têm funcionado a contento, e a Fifa, nesse aspecto, merece elogios. Estamos torcendo para que nas próximas duas semanas até a grande final em 13 de julho, tudo continue igual, uma festa de alegria, técnica e a maciça divulgação do Brasil e das cidades-sede como jamais antes se poderia imaginar. É que somente agora, nesta Copa, temos tantos meios de comunicação em redes sociais, telefones que servem como plataforma para internet, operações bancárias e o envio e o recebimento de mensagens e fotos. Por isso, esperamos que tudo transcorra da mesma maneira até o fim do torneio. E, mais do que lógico, torcendo por vitórias da seleção brasileira.

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