CONFRONTO DO LADO DE FORA
MANIFESTANTES ENTRARAM EM choque com a PM ao tentar ocupar vias de acesso ao estádio que mais tarde seria o palco do jogo inaugural
Sem a adesão das massas, ao menos quatro manifestações em São Paulo, promovidas horas antes do jogo inaugural da Copa, chamaram a atenção pelo conflito entre black blocs e policiais militares. Foram registradas prisões, 11 pessoas ficaram feridas, inclusive jornalistas do Exterior, e estações de metrô precisaram ser fechadas por segurança.
Os atos, que tiveram início em torno das 10h, se concentraram na zona leste da capital paulista, região onde fica o Itaquerão, palco da partida entre Brasil e Croácia. A PM afirmou que cerca de cem black blocs se infiltraram em duas manifestações. Um grupo teria forçado o confronto com intenção de ocupar a Radial Leste, principal via de acesso ao estádio. O objetivo dos black blocs era promover atos de protesto e depredação. A polícia, que tinha ordem de evitar a tomada da avenida, reagiu lançando balas de borracha e bombas de efeito moral.
Após o confronto, o mesmo grupo desistiu do ato em frente ao metrô Carrão e seguiu pelas ruas do bairro até a sede do Sindicato dos Metroviários, onde estava programado um manifesto de trabalhadores do metrô contra a demissão de funcionários em razão da greve da última semana.
Segundo a polícia, no trajeto o grupo depredou carros, arremessou pedras em casas e danificou equipamentos públicos. Ao chegar ao local, os black blocs depararam com 3 mil metroviários que se manifestavam pacificamente contra a Copa e a favor da readmissão dos demitidos. O conflito entre polícia e black blocs recomeçou. Os metroviários se refugiaram no interior da sede do sindicato, onde finalizaram o ato da categoria. Os black blocs também fizeram provocações aos trabalhadores do metrô quando um sindicalista pediu, no carro de som, o fim da manifestação.
Durante a tarde, ocorreram mais confrontos isolados com black blocs que seguiam tentando se aproximar do Itaquerão.
Na próxima semana, o Espaço Unidade de Ação, que agrega uma agenda nacional de atos contra a Copa, fará nova reunião para discutir novos protestos.
JORNALISTAS FERIDOS
Durante o protesto em SP, a polícia reagiu lançando balas de borracha e de efeito moral. Estilhaços atingiram Shasta Darlington (à frente), correspondente da CNN no Brasil, e a produtora da emissora Barbara Arvanitidis (ao fundo). Em Belo Horizonte, o repórter fotográfico Sérgio Moraes, da Agência Reuters, foi atingido na cabeça por um objeto e teve traumatismo craniano.
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