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O que estará sendo mostrado para o mundo a partir do Brasil é justamente o que o futebol pode promover além do campo sob o ponto de vista da aproximação dos povos.
É significativo que a primeira impressão de quem chega não esteja se limitando aos problemas históricos de um país que poderia, sim, ter melhorado mais para receber os visitantes, mas não tinha como mudar radicalmente. Diante do que pôde ver na Rocinha – síntese de uma nação na qual convivem brasileiros que sobrevivem nos morros e os que vivem como em país desenvolvido à beira-mar –, o meio-campo britânico Jack Wilshere resumiu: “Visitar o complexo nos faz entender o papel poderoso que o esporte tem no Brasil”.
O que estará sendo mostrado para o mundo a partir do Brasil, antes mesmo do chute inicial, é justamente o que o futebol pode promover além do campo sob o ponto de vista da aproximação dos povos. Quinto torneio realizado na América do Sul, o Mundial terá a participação recorde de seis equipes sul-americanas. E é a primeira vez que os admiradores do esporte mais popular do planeta terão a oportunidade de ver tantos campeões mundiais numa única edição. Ainda assim, o que sobressai nesse período de aquecimento são explosões de alegria como as registradas agora nas 12 cidades contempladas com jogos num país-continente marcado pela diversidade e pelas iniquidades sociais e manifestações calorosas como a de Viamão, por exemplo.
O lado bom da Copa é o de fazer um país como o Brasil se mostrar como é de fato, com seus aspectos positivos e negativos – o que se confirma também a partir das eleições de prioridades por parte de seus governantes. E é, acima de tudo, o de permitir que povos tão díspares como os que formam as 32 seleções do certame possam colocar suas paixões, incluindo o futebol, acima das limitações com as quais se defrontam seus países.
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