EDITORIAL
Políticos apressam-se em contabilizar os créditos, mas a verdade é que os grandes responsáveis pelo bom andamento da Copa são os torcedores, brasileiros e visitantes, protagonistas ativos da festa.
No momento em que governantes, autoridades e entidades empresariais fazem balanços positivos da passagem da Copa pelo Estado, é importante lembrar que nem sempre houve essa harmonia em torno do evento. Basta lembrar que o Rio Grande do Sul perdeu a oportunidade de receber jogos da Copa das Confederações por absoluta falta de iniciativa e de entendimento das nossas lideranças políticas. Portanto, a lição que deve ficar desta experiência, acima de comemorações oportunistas, é a de que os administradores têm o dever de ousar, de investir, de arriscar e de superar resistências.
O barulho de minorias anti-Copa ameaçou o evento, sim, mas principalmente porque parcela da maioria favorável demorou a reagir, com medo de se expor. Compreende-se: algumas manifestações violentas passaram mesmo a impressão de que os apoiadores da Copa corriam risco. E levaram, também, muitas pessoas a se posicionar contrariamente, convencidas de que os gastos públicos com estádios e entornos poderiam ser aplicados em serviços básicos deficientes. Esta é uma questão que o país ainda precisa avaliar melhor, exigindo absoluta transparência dos governantes. Não se pode esquecer, porém, que o Brasil havia assumido um compromisso perante a comunidade internacional e deveria cumpri-lo.
Agora, com o inquestionável sucesso da competição, políticos apressam-se em contabilizar os créditos, mas a verdade é que os grandes responsáveis pelo bom andamento da Copa – sem desconsiderar as autoridades envolvidas – são os torcedores, os brasileiros e os visitantes, que participam ativamente da festa. No caso de Porto Alegre, é imprescindível reconhecer o bom planejamento, a organização impecável, a eficiência do esquema de segurança e de trânsito. Tudo funcionou bem, evidentemente que com um ou outro incidente que não compromete o trabalho. Obviamente, por trás desse trabalho estão governantes e autoridades que tomaram decisões corretas, mas também trabalhadores, servidores, policiais e pessoas anônimas que fizeram a operação funcionar.
Não é justo, portanto, que apenas uns poucos levem os méritos.
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