EDITORIAL
O pessimismo fatalista, que se repete como um fim em si mesmo, vai sendo derrotado por êxitos coletivos, como o alcançado na Copa.
Cada vez que o país se propõe a dar um passo mais ousado, tanto na economia quanto na política e nas questões sociais, surge a turma do não, defendendo o imobilismo, os privilégios e o atraso. É a tentativa reincidente de refletir e agir pela negação, como se todo ato que provoque qualquer discordância exigisse, em contraponto, uma reação desqualificadora. Basta lembrar movimentos recentes, como não ao leilão de Libras, quando da definição das áreas de exploração do pré-sal, não vai ter Copa e outros nãos inúteis e inconsequentes, que, na maioria das vezes, servem apenas para perturbar a ordem pública e propagar pessimismo.
O Brasil enfrenta ciclos de convivência com esse tipo de postura, que se intensifica às vésperas de grandes eventos, como ocorreu agora no Mundial. Mas não são poucos os exemplos de negativismo associado a acontecimentos aparentemente corriqueiros e que se manifestam com a pretensão de serem parte das mobilizações populares. Rio e São Paulo, em particular, enfrentaram com frequência essas atitudes, caracterizadas por juntar minorias em agrupamentos barulhentos, que impedem a circulação de pessoas e veículos, depredam, agridem e afrontam leis e normas de convívio.
Os mesmos grupos que se articulam nas ruas se reúnem virtualmente para difundir, muitas vezes com virulência, o desconforto com qualquer ideia que contrarie suas convicções.
Por mais que se diga que, na maioria das vezes, essas vozes se manifestam dentro dos limites da democracia, os excessos e a repetição estridente dos adeptos do “não” pouco contribuem para a pluralidade. Espera-se, por exemplo, que a trégua assegurada pela Copa, que interrompeu manifestações radicais nas grandes metrópoles, seja estendida mesmo depois do último jogo.
O país chegou ao cansaço com os grupos que, reunindo algumas dezenas de autoidentificados como anarquistas, conseguem conturbar os espaços urbanos. São manifestações que, além de desrespeitosas, podem ser enquadradas como delituosas, mesmo que, infelizmente, tantas vezes observadas à distância pelas forças do setor de segurança.
Um balanço rápido demonstra que, nos últimos anos, as atitudes afirmativas vêm se impondo ao derrotismo, que não pode, nunca, ser confundido com a crítica que engrandece o debate. O que o país lamenta é a insistência dos pessimistas, como se isso fosse um fim em si mesmo – e o melhor exemplo de resposta é a vitória de todos os brasileiros no êxito da Copa.
Atacado, por antecipação, como ameaça à reputação do Brasil, que não saberia lidar com algo tão grandioso, o Mundial foi um presente para que o país se reafirmasse no cenário mundial. Espera-se que, depois do sucesso da Copa, a turma do “não” reavalie seus preparativos fatalistas para a Olimpíada de 2016.
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