segunda-feira, 14 de julho de 2014

UM GOSTO AGRIDOCE DEPOIS DA COPA

EL CLARIN, Fortaleza 14 JUL 2014 - 13:08 BRT

Depois de ficar ‘nu’ diante do mundo, o Brasil faz o balanço do Mundial em casa: foi bem onde se esperava que fosse mal, e foi mal onde se esperava que fosse bem

CARLA JIMÉNEZ 



Um menino equilibra a bola na cabeça, ontem em Brasília. / FERNANDO BIZERRA (EFE)




Melhor tomar de 7x1 da Alemanha do que ver a Argentina campeã em casa, exagerava um internauta brasileiro nas redes sociais. Como ele, milhões de brasileiros festejaram a vitória alemã na final da Copa, e se refestelavam com uma doce vingança contra os argentinos, cantando uma versão nacional da irritante musiquinha que a torcida celeste usou para provocar o Brasil: "Argentina, me diga como se sente, perdendo na casa do seu pai". Foi o último suspiro de alegria do Mundial, que começou no dia 12 de junho, com todas as desconfianças do planeta.

O evento bem organizado, que recebeu elogios da mesma mídia internacional que criticava o país até a véspera do dia 12, deixou o país mais feliz. Mas, a fragorosa derrota para a hoje tetracampeã do mundo no futebol acabou num saldo agridoce. O país está feliz porque organizou bem a festa, e se sente traída por uma seleção fraca, que tinha 100% de dependência em um talento individual – Neymar – sem percepção de conjunto. Fomos bem onde se esperava que iríamos mal e fomos mal onde se esperava que nos sairíamos bem, concluíram vários observadores.


É verdade que nem tudo foi perfeito e houve excessos, como o quebra-quebra nos ônibus, e cenas de vandalismo no final do dia da vergonhosa partida do 7x1. Foram registrados dois acidentes horríveis que mataram dois jornalistas argentinos que cobriam sua seleção, eum viaduto que desabou em Belo Horizonte, na véspera da semifinal, matando outras duas pessoas.

Apesar de tudo, os brasileiros se mostram felizes por terem vivido um período de festa continuada, ao sediar a Copa. "Foi muito bom pra gente, tivemos mais turistas do que nunca", diz o garçom Francisco, de Fortaleza. "Só a seleção brasileira que era muito ruim", afirma. O mineiro Rafael Eiras foi a oito jogos e viajou o país todo. Elogiou a organização, mas reclamou do preço. "Ingressos e viagens aéreas muito caras", reclamou.

Isso limitou o acesso de muitos brasileiros aos estádios, mas quem não pôde ir pessoalmente conseguiu ver jogos fabulosos na televisão nesta edição do Mundial. Seleções guerreiras, como a Holanda, Costa Rica e, claro, a Argentina, que mostraram sede de bola, e tomaram poucos gols, ao contrário do Brasil, que tomou dez gols nas duas últimas partidas. O alento futebolístico veio compensar o ranço que perdurou entre junho de 2013, com as manifestações, e o início da Copa, quando perdurou o movimento "Não vai ter Copa".

O que ficará depois dessa experiência, já começou a ser debatido no dia seguinte à derrota para a seleção alemã. Um menino na arquibancada que chorava desoladamente, enquanto o Brasil era goleado, personificou a dor daquele instante. A Rede Globo foi até a casa dele no dia seguinte, e o pequeno, que se chama Tomás, e tem 9 anos, explicou porque explodiu um lágrimas no estádio, diante da derrota horripilante. "Quando a gente é apaixonado por futebol, qualquer coisa pode desequilibrar a emoção", tentava teorizar o torcedor mirim. No mesmo dia, em um programa feminino, quatro apresentadoras analisam a fragorosa derrota. "É um tragédia, mas também não é um Bateau Mouche", em alusão ao barco que afundou na virada de 1988, e que matou 55 pessoas, entre elas a atriz Yara Amaral, da rede Globo.

O 7x1, e o desempenho da seleção brasileira na Copa de 2014 – que incluiu a derrota para a Holanda por três a zero no último sábado – é, certamente, daquelas vergonhas que serão escondidas embaixo do tapete, como tantas que cada país procura omitir, pelo menos para o resto do mundo. Mas tudo ainda é recente, e a dor brasileira foi vista mundialmente. O Brasil ficou nu, com sua luz e sua sombra. Mostrou hospitalidade e foi elogiado por turistas que visitaram o país durante a Copa. Mas também exibiu seu próprio racismo, contra Zuñiga, por exemplo, nas redes sociais, quando ele atingiu Neymar e o deixou fora do jogo. O jogador colombiano foi chamado de macaco, e ofensas grosseiras chegaram a sua filha e a sua mãe, quando ele exibiu fotos delas em sua conta no Twitter.

Houve, ainda, excessos da polícia, como no episódio de expulsão de turistas com bombas de gás, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, no último dia 2, ou ainda, com o emprego de força contra os manifestantes na final da Copa, no Rio de Janeiro, que chegou a atingir jornalistas estrangeiros. Problemas domésticos que continuarão sendo debatidos quando os turistas forem embora.

A MÁFIA DOS INGRESSOS

TV GLOBO, FANTÁSTICO 13/07/2014 22h25

Novas escutas revelam atuação de quadrilha de cambistas e executivo. Gravações mostram como Raymond Whelan, que está foragido, tinha conhecimento das atividades de cambista do argelino Lamine Fofana, que continua preso. Um dos integrantes da quadrilha fala pela primeira vez.




O Fantástico denunciou, domingo (6), um esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo. Novas escutas autorizadas pela Justiça mostram como o inglês Raymond Whelan, que está foragido, tinha conhecimento das atividades de cambista do argelino Mohamed Lamine Fofana, que continua preso. Um dos integrantes da quadrilha fala pela primeira vez sobre o caso na reportagem de Bette Lucchese, Tyndaro Menezes e Arthur Guimarães.

Veja abaixo como os dois velhos parceiros se tratam ao telefone.

Lamine: Alô?
José: Oi, picareta!
Lamine: Fala.

Esse é um dos telefonemas gravados com autorização da Justiça na Operação Jules Rimet, que desarticulou a quadrilha internacional de cambistas que agiu durante a Copa do Mundo.

De um lado da linha, está o argelino Mohamed Lamine Fofana, apontado nas investigações como o chefe do bando. Do outro, um advogado brasileiro que se diz inocente.

Fantástico: O senhor participava de algum esquema de venda de ingressos para Copa?
José Massih (advogado): Não, não. Isso não.

O advogado José Massih ficou dez dias na cadeia. Como colaborou com as investigações policiais, responde ao processo em liberdade. Na última sexta-feira (11), ele voltou para casa, em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

No site da empresa de Lamine Fofana, José era apresentado como um dos executivos da empresa, exercendo a função de advogado.

José Massih: Fiquei sabendo dessa foto exatamente quando estava detido.
Fantástico: O senhor chegou ser, em algum momento, empregado do Lamine Fofana?
José Massih: Nunca. De maneira nenhuma.

José Massih afirma que nunca viu Fofana negociar ingressos. Mas, para a polícia e o Ministério Público, o advogado era parte ativa de todo o esquema.

“José Massih funcionava como advogado do Fofana e ele foi flagrado vendendo ingressos adquiridos, cedidos pelo Fofana”, afirma o delegado Fábio Barucke, da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Na conversa abaixo, o advogado e Lamine Fofana discutem o preço mínimo de um ingresso para um cliente.

José: Qual é o mínimo que a gente faz pro Walter?
Lamine: Não entendi.
José: Qual é o valor mínimo que você faz pro Walter?
Lamine: Zé, eu pedi 1.5, ok? Se ele vem para 1.2, 1.3, fecha, entendeu?

“Tentei ajudar dois ou três, meia dúzia de amigos, então pode ser que foi nesses diálogos que o meu telefone estava grampeado, que pode ter sido isso”, se defende José Massih.

Em depoimento à polícia, o advogado ajudou a identificar Raymond Whelan. Ele conta que viu o inglês conversando com Lamine Fofana em uma festa no Rio. Raymond Whelan é executivo de uma das empresas escolhidas pela Fifa para vender ingressos para o Mundial, a Match Services.

Segundo as investigações, foi Whelan quem abasteceu o esquema chefiado por Lamine Fofana.

“O Raymond agia como facilitador para essa organização criminosa, distribuindo ingressos para que chegasse na mão com maior facilidade para o Fofana, e o Fofana negociava esses ingressos para terceiros com a ciência do Raymond”, afirma o delegado Fábio Barucke.

Na conversa com Raymond Whelan, fica claro que o inglês sabe que Fofana está revendendo ingressos.

Fofana: Deixa eu te ligar de volta. Vou perguntar ao meu cliente se ele precisar de ingressos Business. Te ligo de volta.
Raymond: Ok.

Em outra ligação, feita no dia 17 de junho, Whelan oferece a Lamine Fofana ingressos VIP.

Raymond: Você precisa de algum Hospitality para amanhã, para Espanha e Chile?
Fofana: Sim, talvez. Mas tenho que te retornar às 5 horas.
Raymond: Ok. Tenho 10 assentos business.

Lamine Fofana e outras nove pessoas continuam na cadeia. Raymond Whelan foi preso na segunda-feira passada (7) e acabou solto menos de 12 horas depois, graças a um habeas corpus. Ele é acusado, entre outros crimes, de cambismo, por facilitar a distribuição de ingressos, e organização criminosa.

“Esses valores que foram recebidos dos ingressos que foram vendidos no mercado negro não entraram legalmente na empresa”, afirma o promotor Marcos Kac

Na quinta-feira (10), a Justiça expediu mandado de prisão preventiva contra Raymond Whelan. Segundo a polícia, o inglês fugiu com a ajuda do advogado.

Imagens mostram o momento em que os dois deixam o luxuoso hotel em que Whelan estava hospedado, o mesmo usado pela delegação da Fifa.

“Já tem alerta vermelho na Interpol, já tem alerta na Polícia Federal. Ele é foragido da Justiça. Então não tem outra alternativa para ele, senão ele se entregar”, diz o promotor Marcos Kac.

Um dos donos da Match Services afirma em nota que "as ações contra Whelan não têm base e foram ilegais", mas diz que a Match está colaborando com a polícia na luta da Fifa contra a venda ilegal de ingressos.

Enquanto buscam o inglês, os investigadores iniciam uma nova etapa na Operação Jules Rimet.

“Vamos instaurar agora um novo inquérito, de crime de lavagem de dinheiro, para identificar o destino desse dinheiro obtido de forma ilícita pela quadrilha”, afirma o delegado Fábio Barucke.

BUENOS AIRES REGISTRA ATOS DE VANDALISMO

ZERO HORA 13/07/2014 | 23h40

Após Argentina perder a final da Copa do Mundo, Buenos Aires registra atos de vandalismo
Paradas de ônibus foram depredadas, lojas sofreram tentativas de saque, paus, pedras e garrafas foram arremessados na direção da polícia

por Filipe Gamba e Emerson Souza, enviados especiais a Buenos Aires, Argentina



Batalha campal envolveu torcedores e policiaisFoto: Emerson Souza / Agência RBS


Por volta das 22h a Avenida 9 de Julho, no Obelisco, em Buenos Aires, Argentina, se transformou em uma Praça de Guerra, após o jogo da final da Copa do Mundo na qual os Hermanos perderam para a Alemanha por 1 x 0 neste domingo. Uma batalha campal envolvendo torcedores e policiais.


Paradas de ônibus foram depredadas, lojas sofreram tentativas de saque, paus, pedras e garrafas foram arremessados na direção da polícia. Lixeiras foram queimadas e serviram de barricadas para os vândalos. Jornalistas tiveram seus veículos de transmissão depredados, jornalistas foram agredidos e um fotógrafo foi espancado e teve sua câmera roubada.

Um grupo de 70 pessoas investia contra os policiais com os rostos encobertos. Foi necessária a utilização de um caminhão hidrante da polícia, além de gases lacrimogêneos para dispersar as pessoas. Em meio a isso, famílias inteiras, com crianças, tiveram que fugir do local onde ocorria o confronto.


Caminhão hidrante da polícia e gases lacrimogêneos foram usados para dispersar a confusão
Foto: Emerson Souza / Agência RBS


Foto: Daniel Garcia / AFP

LA VIOLENCIA GANÓ LA NOCHE. 50 DETENIDOS E 15 POLICIAIS HERIDOS


CLARIN 14/07/14

La violencia ganó la noche tras el apoyo de la gente al equipo

Las dos caras de Argentina subcampeónLuego del partido de ayer, miles de hinchas salieron a bancar a la Selección. Pero los disturbios en el Obelisco opacaron la fiesta. Hubo destrozos y saqueos. El saldo: 50 detenidos y 15 policías heridos.



El peor final. La Policía Federal intervino tarde en los incidentes, cuando la situación ya se había desbordado. Entonces reprimieron con balas de goma y gases lacrimógenos./JORGE SANCHEZ


Ezequiel Viéitez


Aunque la ilusión de ganar el Mundial en Brasil se había roto, los argentinos daban una muestra de orgullo. Desde antes de las siete de la tarde, la zona del Obelisco se había colmado de familias que querían festejar el subcampeonato y mostrar su gratitud por una Selección que se ganó respeto. Pero la fiesta terminó mal. Dos horas después, ante la pasividad policial y cuando ya se había consumido mucho alcohol, un grupo de 15 revoltosos empezó a atacar el móvil de un canal de televisión. Otros se subieron a los semáforos. En un principio, las fuerzas policiales no actuaron. Pero lejos de desactivarse, la situación empeoró.

Para las 21.40 ya se vivía una batalla generalizada frente al Obelisco. La Guardia de Infantería de la Federal intentaba avanzar desde Corrientes cruzando Carlos Pellegrini, pero recibía una lluvia de piedras. Los atacantes, que ya eran varias decenas, destruían paradas del Metrobús, tachos de basura y veredas para tener proyectiles. También rompían carteles de tránsito y vidrieras de negocios, mientras las familias –en los festejos originales hubo más de 50 mil personas– intentaban huir a pie.

En medio del caos, policías en moto salieron a dispersar a los violentos y se escucharon muchos disparos de balas de goma. La Infantería arrojó gases lacrimógenos, que se dispersaron por varias cuadras. Pero los violentos buscaban lugares para reagruparse y volver a atacar. La batalla duró por lo menos tres horas y seguía al cierre de esta edición. En ese tren, también hubo ataques a palieres de edificios y autos estacionados. Le robaron a hinchas comunes y molieron a golpes a trabajadores de prensa. En Cerrito, entre Tucumán y Lavalle, entraron a saquear un restorán. Se llevaron botellas con alcohol y hasta una sombrilla. También robaron en el teatro Broadway.

En una batalla televisada en la que nadie lograba imponerse, de a ratos avanzaba la Infantería, de a ratos retrocedía empujada por los marginales. Cuando hubo algo de paz, un primer informe policial señaló al menos 15 policías heridos, más de 50 detenidos y agresores heridos por balas de goma. Desde el SAME decían haber atendido a siete heridos, algunos con cortes punzantes. También sufrieron daños las ambulancias. A última hora, la Plaza de la República estaba desierta y destrozada. Como en una guerra, con vidrios, cascotes y carteles arrancados.

Fue el final trágico que sepultó los festejos genuinos. Antes, los hinchas habían demostrado que también hay honor en un segundo puesto. El Obelisco se había colmado. Algo parecido se había visto en esquinas de algunos barrios y en las capitales de provincia. Aunque el entusiasmo era menor que el 9 de Julio pasado, cuando Argentina eliminó a Holanda, no había reproches. Sí, reconocimiento para un equipo que, sobre la marcha, encontró su identidad en el sacrificio y se ganó el cariño.

Mientras duró la paz, entre la muchedumbre se recortaban dos postales bien diferentes. De a ratos, cabezas bajas, caras tristes y grupitos de amigos vestidos de Argentina que discutían en cualquier esquina sobre “qué nos faltó”. Al mismo tiempo, en el hormiguero que fue hasta los disturbios la Plaza de la República, crecía una rara euforia, con saltos, gritos y cantitos de ¡Argentina! ¡Argentina! ¡Argentina!. “Sentimos orgullo por jugadores que dejaron todo y nos pusieron en una final después de 24 años”, resumía ese jolgorio Alberto, un hincha de 47 años que estaba con sus nenes.

Aunque el sueño de conquistar el planeta desde Brasil se había estrellado con la potencia alemana, ayer los hinchas preferían resaltar que Argentina estuvo cerca de derrotar a ese monstruo que aplastó con siete goles al dueño de casa.

El festejo loco parecía una necesidad. Los vecinos habían encontrado un argumento para reencontrarse, después de todo. Nadie quería bajarse de una fiesta tan esperada. Fue así que cuando se fueron los primeros minutos de desilusión, tras el pitazo final del árbitro italiano Nicola Rizzoli, en la Ciudad empezaron a escucharse fuegos artificiales. Hubo aplausos en las pantallas gigantes de Plaza San Martín y Parque Centenario. Creció el ruido de las bocinas de los autos en los barrios, tanto como el de las cornetas. La gente que lo había visto en casa, salió a la calle. Y de a poco, el Obelisco se fue completando. Las familias avanzaban a pie. Los grupos de amigos llegaban colgados de camionetas, en motos o como podían. Había muchos jóvenes. El Metrobús dejó de circular y empezaba una fiesta popular similar a la del 9 de Julio.

“Vinimos de Liniers hasta el Obelisco con mi familia porque me pareció la mejor manera de homenajear a Sabella. Cuando empezó el Mundial lo criticaba y con el correr de los partidos me demostró que sabe mucho de táctica”, dijo con tono agridulce Sergio Bando. Dos chicas cool de Palermo, poco acostumbradas a la épica futbolera, se sumaron. “La verdad, nos enganchamos recién en octavos de final, pero nos emocionó la entrega y lo que estos tipos generaron en la gente”, explicaron entre gritos Lucila y Florencia Amos, hermanas de menos de 30.

De a ratos la alegría trastabillaba con los ojos húmedos de tristeza o los vendedores sin ánimo que remataban todo. Todo eso, claro, cuando nada hacía presagiar que la noche iba a terminar con una orgía de saqueos, heridos y violencia.

Colaboraron Victoria De Masi y Marcelo Bellucci

VIOLENTOS INCIDENTES EN EL OBELISCO

CLARIN 13/07/14 - 15:50

Violentos incidentes durante los festejos en el Obelisco






Una serie de incidentes modificaron el clima de festejo que se vivía esta noche en los alrededores del Obelisco, donde miles de personas fueron a festejar el subcampeonato mundial de la Selección Argentina.

Un grupo de personas generó destrozos en al menos dos móviles de televisión. Unos 15 hinchas se subieron a un vehículo del canal de noticias TN y arrancaron una de las antenas, mientras los trabajadadores abandonaban la unidad. También, algunos hinchas, en aparente estado de ebriedad, se colgaron de los semáforos poniendo en riesgo su propia vida.

La Policía reaccionó tarde y cuando la Guardia de Infantería llegó al lugar hubo algunos piedrazos. Los efectivos policiales se retiraron del lugar sin detener a nadie y todavía persiste el clima de tensión en el sector de los disturbios.

A pesar de la derrota agónica contra Alemania, miles de argentinos salieron a las calles para festejar y darle su respaldo al equipo, que llegó a la final de la Copa del Mundo luego de 24 años.

En Parque Centenario y Plaza San Martín, donde miles de porteños siguieron el partido en pantallas gigantes, el gol de Götze dejó a todos mudos. Pero duró sólo unos segundos. La gente alentó hasta el último minuto. Con la suerte echada, el clima pasó de la lógica desazón a una tenue alegría. Y hasta hubo fuegos artificiales por el subcampeonato.

Es que la mayoría de las expresiones de los hinchas fue de respaldo. "Nos faltó suerte, pero dejaron todo y ahora somos subcampeones", dijo la arquitecta Analía Cigliuti, de 31 años. La bronca fue contra el árbitro italiano Nicola Rizzoli, al que muchos les reclamaron por un supuesto penal no cobrado a Higuaín.

En caravana y cantando el ya clásico "Brasil, decime qué se siente...", los hinchas se movilizaron al Obelisco que se vistió de celeste y blanco con miles de banderas y camisetas.

El festejo en Mendoza

"No pudo ser, pero hay que reconocer el esfuerzo de los jugadores", dijo Carlos Molina, un hombre de 39 años que intentaba convencer a su hijo Agustín, de 7, que había algo para festejar, pese a la derrota ante Alemania. El niño lo miraba con lágrimas en sus ojos, sin poder creer que su ilusión la había cortado un tal Gotze a miles de kilómetros de distancia.

Esas sensaciones se mezclaron entre los 5.000 mendocinos que se concentraron en la esquina de San Martín y Garibaldi, en el microcentro de la capital provincial, para hacerle el aguante al equipo de Sabella y Messi, pese a la derrota.

Las caras pintadas, banderas, camisetas y hasta un ataúd de cartón pintado con los colores de Brasil aparecieron minutos después del final del encuentro en el Maracaná. Y los elogios al mendocino Enzo Pérez y los insultos al árbitro italiano se multiplicaron en una manifestación popular controlada de cerca por unos 600 efectivos de la Policía.

La gente coreó el himno nacional y el hit "Brasil decime que se siente...", entre tantas muestras de alegría como de tristeza. "Nos escapamos muchos goles y Messi no apareció", se quejaba Camila (21), una estudiante de psicología que marcó a Mascherano como su favorito. "Es el alma del equipo", agregó la joven que vivió su primera final de la Copa del Mundo con Argentina con protagonista.

domingo, 13 de julho de 2014

ATIVISTAS E ENFRENTAMENTO


Polícia dispersa manifestantes com gás lacrimogêneo perto do Maracanã. Cerca de 300 pessoas tentaram se aproximar do palco da final da Copa

ZERO HORA 13/07/2014 | 16h12



Polícia teve que agir nos arredores do MaracanãFoto: Yasuyoshi Chiba,AFP


Policiais dispersaram com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral um grupo de cerca de 300 manifestantes que tentava se aproximar do estádio Maracanã, antes do início da final da Copa do Mundo, entre Alemanha e Argentina, neste domingo.

Os manifestantes protestavam contra o Mundial, contra as condições precárias da saúde pública e contra a repressão policial, um dia depois da detenção de 19 ativistas acusados de vandalismo em outros protestos.


Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil

A polícia montada foi mobilizada para enfrentar os manifestantes, cercados por centenas de soldados da PM na Praça Saens Peña, na Tijuca (zona norte do Rio), a um quilômetro do estádio.

Prevendo a manifestação no centro comercial do bairro, a Polícia Militar já havia montado um forte esquema de segurança, bloqueando os acessos de veículos à praça. Depois do início do ato, os policiais formaram uma barreira em torno dos manifestantes, chegando a usar spray de pimenta contra aqueles que tentassem romper o cordão de isolamento.


Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil

Os manifestantes exibiam cartazes com frases como "Libertem os presos" e "Protesto não é crime", em referência aos ativistas detidos durante os protestos contra a Copa do Mundo. Outros indicavam "Fuck FIFA", ou "Chame o Neymar e cuide da minha saúde".

No total, 26 mil policiais e soldados faziam parte do esquema de segurança montado neste domingo no Rio de Janeiro, na maior mobilização das forças de segurança da história do Brasil.


Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil

Ativistas envolvidos em outros protestos

A polícia deteve no sábado 19 ativistas, incluindo Elisa de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, de 28 anos. Considerada uma das líderes das manifestações, Sininho foi detida em Porto Alegre. Outros nove manifestantes ainda estão sendo procurados. Eles são considerados foragidos.

De acordo com a polícia, os manifestantes estavam organizando ações violentas para este domingo. Contra os detidos, há um mandado de prisão preventiva de cinco dias. Eles podem ser condenados a até três anos de prisão por formação de quadrilha.

*AFP

A COPA DA INTERNET

ZERO HORA 13 de julho de 2014 | N° 17858. ARTIGOS

Nelson Mattos*



Que brasileiro gosta de futebol e que o país para durante a Copa do Mundo, todo mundo sabe. Mas que brasileiro adora tecnologia e é um dos povos que mais utilizam a internet no mundo talvez não seja do conhecimento de todos. O tráfego na internet no Brasil já é o quinto maior do mundo. Somos tão viciados em internet, que 88% dos internautas brasileiros consideram a internet a mídia mais importante, superando TV, jornais e revistas. Nossa paixão é tão grande, que a péssima qualidade da internet brasileira não é empecilho a sua utilização. O Brasil tem a 87ª internet mais lenta do mundo e, dos 32 países participantes da Copa, o Brasil só é mais rápido do que Costa Rica, Irã e Argélia. Só mesmo a paixão por tecnologia pode levar os brasileiros a usar tanto uma das internets mais lentas do mundo!

Assim, não é surpresa que esta Copa tornou-se a Copa da Internet.

Brasileiros, mais do que nunca, se mantiveram conectados à internet para assistir a transmissões online, replays dos jogos, manter-se informados, dar opiniões etc. A Copa de 2014 no Brasil tornou-se o evento esportivo com maior tráfego na internet até hoje registrado, superando o tráfego de toda a Copa de 2010 já nos primeiros 10 dias. O tráfego do Mundial foi equivalente a três vezes o tráfego do Brasil a cada mês.

Uma vez que esse tráfego extra foi gerado principalmente por streamings de vídeo, estima-se que milhões de pessoas assistiram aos jogos ou destaques pela internet. Como a maior parte do acesso aconteceu durante a semana, é bem provável que tenha sido feito dos locais de trabalho, onde a internet é mais rápida, permitindo, assim, assistir aos jogos diretamente pelo computador.

Era de se esperar que aqueles que não tinham condições de ir aos estádios utilizassem a internet para se manter ligados ao que acontecia. Porém, o grande crescimento de celular como dispositivo de acesso à internet fez com que, mesmo nos estádios, os brasileiros se mantivessem conectados. De acordo com a Cisco, empresa especializada em tecnologia, o tráfego da internet gerado por 60 mil pessoas nos estádios ultrapassou o tráfego normal dos milhões de pessoas com acesso à internet no Brasil inteiro. Era muito comum ver brasileiros nos estádios com um olho no jogo e o outro nos seus celulares. Foram 7,6 milhões de conexões à internet para envio de mensagens, fotos e comentários somente nas 12 primeiras partidas.

Entre os jogos, o mesmo acontecia – os brasileiros permaneciam conectados à internet e mostravam um nível de engajamento maior do que os outros povos, pois o volume de menções sobre a Seleção Brasileira em redes sociais era muito maior do que das outras seleções. E não eram somente os homens que estavam ligados à internet para curtir a Copa: 53% dos comentários sobre a Seleção Brasileira foram feitos por mulheres.

Com os brasileiros tornando esta a Copa da Internet, Google, Facebook e Twitter tiveram muitos motivos para festejar. Foram recordes em cima de recordes! O Google recebeu mais de 2 bilhões de buscas relacionadas à Copa do Mundo. No Facebook, já na primeira fase, foram 1 bilhão de postagens, e o uso da tecnologia na segunda fase foi ainda maior. E o Twitter não ficou atrás, pois os brasileiros queriam comentar as partidas em tempo real. Durante a fase de grupos, foram enviados mais de 300 milhões de tweets. O jogo entre Brasil e Alemanha (em Belo Horizonte, onde estive/foto) tornou-se o maior evento esportivo já comentado em rede social: mais de 200 milhões de interações no Facebook, conectando 66 milhões de pessoas e 35,6 milhões de tweets. O recorde anterior com 58 milhões havia sido Brasil e Croácia. E o terceiro gol da Alemanha rendeu 580 mil tweets por minuto, batendo o recorde anterior: o erro do chileno nos pênaltis, com 389 mil.

Com tanta gente engajada, a internet tornou-se a melhor fonte para se saber sobre as opiniões e os sentimentos da população. O orgulho nacional, por exemplo, estava registrado no Google, pois no Brasil o número de pessoas que buscavam pela Bandeira Nacional, em um único dia, era tanto, que seria capaz de encher a Arena Corinthians. Felipão era muito bem-visto, pois foi o técnico mais procurado no Google. E as buscas no Google mostravam que Bernard era seis vezes mais provável de substituir Neymar depois da sua lesão do que Willian. Através da internet, sabia-se o que a população achava da escalação da Seleção Brasileira. Por exemplo, 29% dos torcedores pediam nas redes sociais para Felipão tirar o atacante Fred, alegando que ele não saía da “banheira”. E o favoritismo pelo Neymar era bem claro ao se ver que ele tinha o dobro de menções do que qualquer outro jogador da Seleção.

A internet também registrou a transformação de jogadores em verdadeiros heróis da noite para o dia. As pesquisas pelo até então desconhecido goleiro mexicano Ochoa aumentaram 46 vezes no Brasil após suas incríveis defesas no jogo entre Brasil e México, tornando-o conhecido por todos. E Julio César recebeu um aumento de 24 vezes em pesquisas em todo o mundo após defender os dois pênaltis contra o Chile.

Nós, brasileiros, não ganhamos a Copa, mas deixamos uma marca irreversível no uso da tecnologia para nos mantermos ligados ao futebol. Nossa paixão pela internet fez do Mundial o evento esportivo com maior tráfego na internet até hoje registrado. Se a Copa não ficou para o Brasil, pelo menos fizemos dela a Copa da Internet!

* Doutor em Ciências da Computação, gaúcho, residente no Silicon Valley, Califórnia