PEDRO MOREIRA
COPA. A Copa em cifras no RS
Até onde os governos devem envolver recursos públicos para financiar a realização de um megaevento? Que tipo de gasto do dinheiro do contribuinte é aceitável na atração de uma competição como a Copa do Mundo? O retorno financeiro e de visibilidade ao Estado e à cidade-sede justificam os investimentos? A 100 dias do início do Mundial no Brasil, são as discussões que dominam o país. Em Porto Alegre, após o tema ganhar visibilidade com as manifestações de junho passado, a indefinição sobre o financiamento das estruturas temporárias do Beira-Rio acirrou o debate sobre o envolvimento do poder público no pagamento por equipamentos e serviços que podem não deixar legado algum ao Rio Grande do Sul.
Estimativa inicial feita com base em dados públicos aponta um gasto de governo do Estado e prefeitura de R$ 569,9 milhões frente a uma estimativa da Fundação de Economia e Estatística de um incremento de R$ 503,6 no Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
Ainda distantes de valores definitivos, os gastos do poder público com o evento se dividem basicamente em dois tipos: aqueles que deixarão legado à população e os que representam custo apenas para a realização das partidas ou para receber turistas. A CEEE, por exemplo, afirma investir R$ 125,7 milhões obtidos em financiamento em obras relacionadas ao Mundial. A Secretaria da Segurança sustenta uma previsão de R$ 190 milhões em investimentos, incluído nesse número a contratação de novos policiais – o valor é uma contrapartida para que o Estado receba da União R$ 79 milhões em equipamentos e a construção de um novo centro de comando. Ainda que seja preciso conferir com lupa se essa conta fechará no final do ano, esse é o lado catalisador de investimentos do Mundial.
Do outro lado estão despesas com estruturas temporárias e Fan Fests, consideradas um gasto público inconcebível por alguns. Ou a isenção fiscal para a construção de estádios – casos do Beira-Rio e da Arena do Grêmio, onde o poder público já abriu mão de R$ 93 milhões em tributos não cobrados. Justificar investimentos e isenções fiscais para a Copa é um cavalo de batalha para Estado e prefeitura em meio ao recrudescimento do debate sobre o financiamento das temporárias. Lançado às pressas no mesmo dia em que a administração estadual protocolou o projeto que prevê desconto no ICMS devido para empresas que investirem nas estruturas, há cerca de 10 dias, um estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE) aponta elevação de R$ 503,6 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho a partir dos gastos de turistas que virão para cá durante o Mundial – com um incremento de R$ 36,4 milhões na arrecadação de ICMS.
– O estudo é pessimista. Esse seria um piso e não um teto. Se eu pegar a construção do Beira-Rio, de estradas, daria um valor enorme – sustenta o diretor-técnico da FEE, André Scherer.
A conta passa longe de estar fechada
O órgão prevê, também, a criação de 7,5 mil empregos diretos e 4,9 mil indiretos, e usa como base um levantamento da Fecomércio-RS que estima um gasto de R$ 360 milhões dos visitantes no Estado.
Zero Hora apresenta custos já definidos e estimativas que apontam como devem se dividir os gastos dos governos estadual e municipal para receber os cinco jogos na Capital. O levantamento é inicial, desconsidera verbas disponibilizadas a fundo perdido do governo federal e não leva em conta gastos indisponíveis nos portais da transparência ou não disponibilizados pelas assessorias de imprensa até a noite de ontem. A conta passa longe de estar fechada, mas já é tempo de avaliar se valerá ou não a pena para Porto Alegre ser cidade-sede da Copa do Mundo de 2014.
COPA. A Copa em cifras no RS
Até onde os governos devem envolver recursos públicos para financiar a realização de um megaevento? Que tipo de gasto do dinheiro do contribuinte é aceitável na atração de uma competição como a Copa do Mundo? O retorno financeiro e de visibilidade ao Estado e à cidade-sede justificam os investimentos? A 100 dias do início do Mundial no Brasil, são as discussões que dominam o país. Em Porto Alegre, após o tema ganhar visibilidade com as manifestações de junho passado, a indefinição sobre o financiamento das estruturas temporárias do Beira-Rio acirrou o debate sobre o envolvimento do poder público no pagamento por equipamentos e serviços que podem não deixar legado algum ao Rio Grande do Sul.
Estimativa inicial feita com base em dados públicos aponta um gasto de governo do Estado e prefeitura de R$ 569,9 milhões frente a uma estimativa da Fundação de Economia e Estatística de um incremento de R$ 503,6 no Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
Ainda distantes de valores definitivos, os gastos do poder público com o evento se dividem basicamente em dois tipos: aqueles que deixarão legado à população e os que representam custo apenas para a realização das partidas ou para receber turistas. A CEEE, por exemplo, afirma investir R$ 125,7 milhões obtidos em financiamento em obras relacionadas ao Mundial. A Secretaria da Segurança sustenta uma previsão de R$ 190 milhões em investimentos, incluído nesse número a contratação de novos policiais – o valor é uma contrapartida para que o Estado receba da União R$ 79 milhões em equipamentos e a construção de um novo centro de comando. Ainda que seja preciso conferir com lupa se essa conta fechará no final do ano, esse é o lado catalisador de investimentos do Mundial.
Do outro lado estão despesas com estruturas temporárias e Fan Fests, consideradas um gasto público inconcebível por alguns. Ou a isenção fiscal para a construção de estádios – casos do Beira-Rio e da Arena do Grêmio, onde o poder público já abriu mão de R$ 93 milhões em tributos não cobrados. Justificar investimentos e isenções fiscais para a Copa é um cavalo de batalha para Estado e prefeitura em meio ao recrudescimento do debate sobre o financiamento das temporárias. Lançado às pressas no mesmo dia em que a administração estadual protocolou o projeto que prevê desconto no ICMS devido para empresas que investirem nas estruturas, há cerca de 10 dias, um estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE) aponta elevação de R$ 503,6 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho a partir dos gastos de turistas que virão para cá durante o Mundial – com um incremento de R$ 36,4 milhões na arrecadação de ICMS.
– O estudo é pessimista. Esse seria um piso e não um teto. Se eu pegar a construção do Beira-Rio, de estradas, daria um valor enorme – sustenta o diretor-técnico da FEE, André Scherer.
A conta passa longe de estar fechada
O órgão prevê, também, a criação de 7,5 mil empregos diretos e 4,9 mil indiretos, e usa como base um levantamento da Fecomércio-RS que estima um gasto de R$ 360 milhões dos visitantes no Estado.
Zero Hora apresenta custos já definidos e estimativas que apontam como devem se dividir os gastos dos governos estadual e municipal para receber os cinco jogos na Capital. O levantamento é inicial, desconsidera verbas disponibilizadas a fundo perdido do governo federal e não leva em conta gastos indisponíveis nos portais da transparência ou não disponibilizados pelas assessorias de imprensa até a noite de ontem. A conta passa longe de estar fechada, mas já é tempo de avaliar se valerá ou não a pena para Porto Alegre ser cidade-sede da Copa do Mundo de 2014.
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