quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

BLINDADOS PARA PROTEGER AUTORIDADES

Fausto Macedo

O ESTADO DE S.PAULO, 26.fevereiro.2014 06:00:12

Frota especial de veículos será usada na segurança de autoridades estrangeiras e nacionais

por Fausto Macedo


A Polícia Federal adquiriu 36 veículos blindados modelo Mitsubishi Pajero Full que serão usados na segurança de autoridades estrangeiras e nacionais. O objetivo da PF é distribuir a frota especial, inicialmente, para as 12 cidades-sede da Copa do Mundo.

Depois, os carros serão enviados para as cidades onde a PF mais atua na área de segurança e escolta de dignitários. Os blindados vão custar R$ 8,8 milhões e serão recebidos gradativamente, a partir de abril, conforme cronograma de entrega aprovado pela instituição.

A blindagem dos novos veículos SUV (Sport Utility Vehicle) da Polícia Federal, com alto padrão de segurança e conforto, é nível A3, que suporta tiros calibres 22, 38, 9 milímetros e Magnum 357 e 44.

A compra dos blindados faz parte de uma intensa programação da PF, envolvida no planejamento das ações de segurança para os Grandes Eventos, com especial atenção para a Copa do Mundo/2014. Desde 2011, destaca a PF, foram investidos mais de R$ 400 milhões, dos quais R$ 90 milhões estritamente em equipamentos e capacitação para os Grandes Eventos.

Foram adquiridos viaturas, armamento menos letal, embarcações, coletes balísticos, equipamentos para os grupos de operações especiais e para os grupos de bombas e explosivos, soluções de tecnologia da informação – inclusive para investigação de crimes cibernéticos – e identificação de vítimas de desastres e estruturação do Centro de Cooperação Policial Internacional.


Blindados de alto padrão para o Mundial começam a chegar em abril. Foto: Divulgação

Mais de 1200 servidores foram capacitados em diversas áreas de atuação, como segurança de dignitários, polícia marítima, segurança cibernética, gerenciamento e negociação de crises, vistorias e contramedidas, sem contar os diversos treinamentos realizados em eventos-teste, exercícios, simulados e no período pré-operacional aos eventos dos quais a PF participou.

Indagada pela reportagem do Estado se está preparada para cumprir sua missão na Copa do Mundo e na Olimpíada 2016, a Direção Geral da Polícia Federal – a cargo do delegado Leandro Daiello –, divulgou nota em que revela detalhes de seu planejamento para os Grandes Eventos.

Confira abaixo a íntegra da nota:

A Polícia Federal está preparada para atuar na Copa do Mundo de 2014 nas atribuições inerentes à instituição. Isso decorre do planejamento das ações de segurança para os Grandes Eventos instituído desde dezembro de 2009, quando foi criado grupo de trabalho interno para estudar o tema.

Além de integrar a Comissão Especial de Segurança Pública para Grandes Eventos e manter forte interlocução com a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE) que, aliás, é chefiada por servidor da instituição desde sua criação em 2011, a PF atuou de forma decisiva nas ações de segurança dos Jogos Militares, do sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, do sorteio da Copa das Confederações, da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude.

Desde 2011, foram investidos na PF mais de R$ 400 milhões, dos quais R$ 90 milhões estritamente em equipamentos e capacitação para os Grandes Eventos. Esse investimento permitiu a aquisição de viaturas, inclusive blindadas, embarcações, armamento menos letal, coletes balísticos, equipamentos para os grupos de operações especiais, para os grupos de bombas e explosivos, soluções de tecnologia da informação, inclusive para investigação de crimes cibernéticos e identificação de vítimas de desastre, e estruturação do Centro de Cooperação Policial Internacional.

Mais de 1200 servidores foram capacitados em diversas áreas de atuação, tais como segurança de dignitários, polícia marítima, segurança cibernética, identificação de vítimas de desastre, gerenciamento e negociação de crises, vistorias e contramedidas, sem contar os diversos treinamentos realizados em eventos-teste, exercícios, simulados e no período pré-operacional aos eventos dos quais a PF participou;

Quanto ao orçamento destinado ao órgão, a PF apresenta anualmente crescimento em sua execução orçamentária, superando os índices oficiais de inflação do período. Aos números: mais de R$ 852 milhões em 2010, R$ 903 milhões em 2011, R$ 961 milhões em 2012 e R$ 1,026 bilhão em 2013;

A PF dispõe de duas unidades de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) operando regularmente, especialmente nas fronteiras brasileiras.

A PF realizou a maior compra de sua história em coletes balísticos destinados a segurança dos seus servidores: 11.200. Da mesma forma, foram adquiridas 600 armas longas destinadas ao Comando de Operação Táticas, Grupos de Pronta Intervenção e Núcleos Especiais de Polícia Marítima, 800 armas não letais para controle de distúrbios, 1.450 viaturas, 18 equipamentos de raio X, 15 robôs anti-bombas, 111 binóculos de detectores de visão noturna, 180 designadores laser infravermelho, 20 cães farejadores, 17 lanchas, 6 scanners corporais para aeroportos, 1 aeronave de grande porte, entre outros investimentos.

A PF inaugurou novas edificações em diversas localidades, tais como as novas Superintendências Regionais no Acre e em Roraima, as novas delegacias de Presidente Prudente/SP, Santa Cruz do Sul/RS, Campina Grande/PB e Guaíra/PR. Em breve, serão inaugurados os novos prédios referentes à Superintendência no Amapá e à Delegacia em Cáceres/MT.

Foi realizado concurso para o preenchimento de 1.200 vagas de policiais. Outro concurso para mais 600 policiais está em avançado estágio de autorização pelo Governo Federal. A prova para mais de 500 agentes administrativos ocorreu no início de fevereiro.

Os resultados dos investimentos realizados pela gestão atual são evidentes com o recorde de operações policiais especiais deflagradas pelo órgão: 246 em 2011; 289 em 2012; e 296 em 2013. A quantidade de drogas apreendida pela instituição também alcançou números históricos: no ano passado, 256 toneladas de drogas saíram das ruas pela atuação da PF. A marca de passaporte emitidos em 2013 também foi recorde: 2,1 milhões de pessoas foram atendidas pelas unidades da instituição e receberam novos documentos de viagem, número superior ao de uma metrópole do tamanho de Manaus/AM.

BRASILEIRO, ÀS ARMAS!





ZERO HORA 26 de fevereiro de 2014 | N° 17716



ARTIGOS



Por Nilson Luiz May*



Na história moderna, nosso solo pátrio jamais foi invadido por tropas estrangeiras. Mesmo no decorrer da II Guerra Mundial, a Força Expedicionária Brasileira foi lutar lá fora. Agora, o país está sob ameaça de guerra em seu território. Preparai-vos para o combate. O tempo está chegando. Trombetas anunciam o apocalipse. A partir de 12 de junho, ou mesmo antes, as batalhas estarão nas ruas.

Pergunta: em que me apoio para pronunciar tais alertas?

Resposta: nas notícias espargidas pela mídia e confirmadas pelo governo.

Recentemente foi criado pelo Planalto, em prioridade nacional, o Gabinete de Crise permanente. O mesmo deverá estabelecer estratégias padronizadas para: amortecer o impacto de deflagrações, monitorar os movimentos de cidadãos suspeitos, programar o policiamento direto nas ruas, produzir informes reservados diários, promover segurança de delegações estrangeiras, dentre outras providências. Os ministros da Justiça, da Defesa e dos Esportes foram chamados pela presidente, a fim de instruir autoridades policiais e de segurança, tanto nacionais quanto as polícias civil e militar dos Estados e municípios. Há uma Força Nacional de Segurança Pública de prontidão. São 10 mil homens, entre militares e civis voluntários. Homens aquartelados, forças armadas de plantão em emergências, para proteger estruturas críticas, como usinas hidrelétricas e centrais nucleares. Já foram anunciados gastos de R$ 40 milhões para compra de armas, munições, sprays de pimenta e escudos de proteção. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está organizando pontos em locais de provável eclosão de enfrentamentos. Diz-se que 120 mil efetivos estão sendo mobilizados no país. Pretendem estabelecer a restrição de ir e vir das pessoas. No Estado (atenção meliantes), o governo poderá deslocar 2 mil PMs do Interior para a Capital, no período em que os militantes dos coletivos prometem que vai ter luta.

Do outro lado, estamos nós. Os pacifistas. Pelo instinto, queremos armas para a defesa de nossas famílias. Talvez, na falta dessas, tenhamos que amealhar tacos de beisebol, cabos de vassoura, barras de ferro, varas de bambu. Precisamos nos defender do inimigo. Todavia, estamos com problemas. Onde está o inimigo? Deve haver um inimigo. Caso contrário, por que toda esta preparação bélica? Quem será o inimigo? A Argentina de Cristina Kirchner prepara finalmente a invasão? Aguardar que uma ameaça possa ser cumprida ou não é o pior castigo e a maior tragédia para os que esperam. Por via das dúvidas, seguindo os preparativos governamentais, estamos aquartelados. Não sabemos donde virão as balas. Mas que venham! Os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil.

*Escritor e médico NILSON LUIZ MAY*


domingo, 23 de fevereiro de 2014

DO ORGULHO À DESCONFIANÇA

ZERO HORA 22/02/2014 | 18h02

Do orgulho à desconfiança: o sentimento dos brasileiros em relação à Copa. A pouco mais de 100 dias do início da Copa, parte dos torcedores do Brasil já não enche o peito de orgulho com a competição



Foto: Anderson Fetter


Rodrigo Muzell



Imagina na Copa.

A frase quis ser slogan ufanista de um patrocinador da Copa do Mundo, mas virou o resumo do humor brasileiro em relação ao evento que receberemos daqui a 109 dias: o que antes era orgulho e expectativa virou desconfiança e dúvida.

Eis um retrato em alta definição da complicação chamada Brasil: 80% dos pedidos de ingressos feitos à Fifa para o torneio vieram de brasileiros. Ao mesmo tempo, pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) na semana passada informou: 50,7% dos entrevistados dizem não querer a Copa.

A Pátria de Chuteiras está de mal com a bola. Na verdade, não tanto com a bola: na pesquisa da CNT, 75% criticam especificamente os investimentos públicos para a realização do Mundial, que ultrapassam os R$ 25 bilhões, segundo o Portal Transparência. Parte do Brasil está meio de mal é com a instituição Copa do Mundo.

Antes mais raras, as vozes críticas se multiplicam desde os protestos na Copa das Confederações, no ano passado, e a cada notícia de atraso em obras ou aumento de custos. Na semana passada, o ex-tenista Gustavo Kuerten, tricampeão em Roland Garros e ex-número 1 do mundo, foi duro ao comentar o sistema montado em Florianópolis para o Congresso Técnico da Fifa, que custou R$ 3,9 milhões ao governo estadual.

- A sensação é bem frustrante com a Copa. O governo não cumpre compromissos com a população, mas com a Fifa, faz um esforço sobre-humano para fazer o que querem - disse Guga.

Outro ídolo, Ronaldo Nazário, disse na sexta-feira em coletiva da Fifa que os críticos são uma minoria que não percebe a oportunidade que o país tem:

- Temos de mostrar a eles que a Copa é um ótimo negócio para o Brasil.

Minoria ou maioria, a intensificação nas campanhas de marketing do governo federal - que batizou o torneio de "Copa das Copas" - é uma reação à mudança de humor da população, que veio em dois atos: o sonho e a realidade.

2007/2013 - O sonho

Quando foi confirmada para solo brasileiro, em 2007, a Copa do Mundo causou festa em praças públicas e euforia comparável aos cinco títulos da Seleção. Nos dois anos que a Fifa levou para definir as cidades-sede, gerou um leilão entre as 17 candidatas - todas tentando atrair a Fifa com promessas de estádios novos e todo o apoio que a entidade precisasse. O então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantia: será a Copa da iniciativa privada.

Em 2010, uma Matriz de Responsabilidades foi firmada entre todas as instâncias de governos e clubes de futebol para definir a lista de obras públicas necessárias. Era dinheiro público, mas para desenhar um Brasil modernizado: reformas em 13 aeroportos, obras de mobilidade urbana para melhorar o trânsito nas capitais, construção ou remodelação de estádios estaduais e privados. Tudo para ficar pronto em dezembro de 2012, a tempo da Copa das Confederações no ano seguinte.

Do lado do turismo, calculou-se: virão 600 mil estrangeiros no mês do Mundial, e estes serão recebidos por legiões de trabalhadores capacitados em outras línguas e técnicas de turismo. O governo federal falava alto sobre um trem-bala que ligaria São Paulo e Rio, o estadual, num Cais do Porto novinho em folha para mostrar o Guaíba a turistas, o municipal em sistemas de ônibus rápido cortando Porto Alegre junto a avenidas cuja ampliação fora projetada ainda na década de 1950. Os olhos da Fifa brilhavam, e da população também.

Pule alguns anos.


2013/2014 - A realidade

O brilho já não é mais o mesmo. Dias atrás, Recife afirmou que não fará a Fan Fest _ exibição pública dos jogos em todos os dias da Copa, com shows e atrações musicais. Alega que custaria R$ 20 milhões e esse dinheiro pode ser melhor aplicado em saúde, educação, transporte.

"Quem não quer melhoria nesses itens?", perguntam os defensores árduos como Ronaldo, integrante do Conselho de Administração do Comitê Organizador da Copa (COL). "Mas quem garante que essas verbas seriam realmente investidas nisso se não houvesse Copa?", emendam. Ironicamente, a dúvida sobre a capacidade do poder público é reforçada quando se olha para os investimentos estatais: mais em estádios (R$ 8 bilhões) do que em mobilidade urbana (R$ 7 bilhões). Muitas delas foram abandonadas, como o monotrilho de Manaus ou o sistema de ônibus rápido em Salvador. Outras ficaram para depois da Copa, sem data precisa para terminar, como as de Porto Alegre.

Com o atraso geral, itens dos contratos que não eram claros - porque a hora de cumpri-los não havia chegado - surpreenderam a população. A polêmica das estruturas temporárias, que no Rio Grande do Sul devem custar R$ 30 milhões e serem bancadas com isenções fiscais, é um desses casos. Desde que o Mundial se profissionalizou e virou um megaevento, esses gastos existem - e a informação não escapou da comitiva de servidores municipais, estaduais e integrantes do Inter que foram à Copa de 2010 ver como se fazia o evento. Ao longo dos anos, o compromisso, questionado pelo Ministério Público, vinha sendo evitado por autoridades.

Em resumo, venderam uma Copa e estão entregando outra. E isso traz consequências, como você vê a seguir.


R$ 25,9 bilhões em recursos federais estão previstos, mas apenas R$ 12,8 bilhõesforam contratados até agora

55 obras de mobilidade urbana no Brasil estavam previstas na matriz de responsabilidades, mas 22 delas não ficarão prontas a tempo.


Políticos acuados, Fifa exasperada

Com a população torcendo o nariz, políticos tentam descolar-se da ideia de que estão à mercê da Fifa e renegociam qualquer tipo de investimento previsto nos contratos assinados com a entidade. Se Recife foi taxativa em não querer Fan Fest, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, também deu entrevistas queixando-se dos custos do evento, previsto para Copacabana. Na Fifa, sobra perplexidade.

- Nunca cogitamos que uma cidade abriria mão da Fan Fest. Quando estavam disputando uma vaga como cidade-sede, prometiam eventos incríveis e apoio total - disse o diretor de marketing da entidade, Thierry Weil.

Em privado, os oficiais da Fifa queixam-se do hábito brasileiro em tentar mudar à última hora o que foi acertado. Se veem com dificuldade para explicar a fornecedores, patrocinadores e até torcedores os atrasos no planejamento de um evento previsto há sete anos. O imbróglio das estruturas temporárias no Beira-Rio, em Porto Alegre, é um exemplo. Na Fifa, não se entende por que um projeto de lei só foi enviado à Assembleia a 112 dias da Copa, se o assunto se discutia desde o ano passado. Entre os organizadores, a sede gaúcha é vista como uma das mais complicadas - especialmente pela postura distante do governador Tarso Genro, que delegou todos os contatos com Fifa e COL ao vice, Beto Grill.

Dentro do governo, a secretários e assessores, Tarso defende a vinda da Copa, que considera importante para dar visibilidade ao Estado. Porém, prefere ficar fora dos holofotes no assunto - posição que tinha já antes das manifestações de 2013 e vem intensificando à medida em que o Mundial se reveste de polêmica. Três dias antes da inauguração do Beira-Rio, em que esteve ao lado de Dilma e Valcke, o governador fez o secretário-geral da Fifa ser recebido por Grill em pleno Piratini, o que incomodou a entidade.

Vai sair Copa, e será profundamente verde-amarela: dos 1,5 milhão de ingressos já vendidos para o público geral, 900 mil são para brasileiros. É impossível imaginar que as Fan Fests fiquem vazias. Copas do Mundo sempre mudaram calendários na vida dos súditos de Pelé, transferiram férias, mudaram planos. Este ano, não será diferente.

Apenas não será só festa, mas também debate, opinião, cobrança. Coisas de país democrático, afinal de contas.

*Colaborou Carlos Rollsing

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

DANE-SE A COPA DO MUNDO


ZERO HORA 19 de fevereiro de 2014 | N° 17709


PAULO SANT’ANA




Fosse eu prefeito de Porto Alegre e estivesse sendo chantageado para custear com o dinheiro público os R$ 22,6 milhões destinados às estruturas temporárias em torno do Beira-Rio, que faltam para que a Copa do Mundo seja realizada em Porto Alegre, não assinaria a verba.

Que a Fifa, que tem lucros bilionários com a Copa do Mundo, custeie as obras, não a prefeitura de POA.

-

Pelo que noto, a prefeitura vai ceder à chantagem.

Mas como, se leio que o setor de emergência clínica do Hospital de Pronto Socorro está negligenciado? Se o Pronto Socorro está em apuros, como a prefeitura vai pagar R$ 22,6 milhões para as tais obras de estrutura temporária em torno do Beira-Rio?

Isso só cabe em cérebros de tolos. E eu não sou néscio.

-

Se eu fosse prefeito de Porto Alegre, influenciaria para que esta Copa do Mundo fosse jogada na Cochinchina, não aqui.

Cá para nós, qual a vantagem para um milhão e meio de porto-alegrenses que a Copa seja jogada em nossa cidade? Meia dúzia de jogos sem o Brasil? Isso é uma besteira.

-

Quando, lá atrás, se cogitou que a Copa vinha para o Brasil, parece que eu estava adivinhando que isso iria estourar no meu lombo. Pois estourou no lombo dos porto-alegrenses, como tudo se anuncia.

-

Isso tudo tinha de ser cobrado do Lula, que foi quem inventou que a Copa tinha de ser jogada no Brasil.

Não do tesouro público federal, mas na conta particular do Lula, que foi se assanhar com a Fifa para trazer a tal de Copa para o Brasil.

E os porto-alegrenses é que vão arcar com as despesas?

Isso é um inominável despautério.

-

Repito, se eu fosse prefeito de Porto Alegre, mandava esta Copa do Mundo para o inferno, não deixava que ela fosse jogada aqui, nem no Beira-Rio nem na Arena.

Mas, se o Hospital de Pronto Socorro está em sérias dificuldades para equipar a sua emergência clínica, é um despropósito monumental que a prefeitura vá enterrar R$ 22,6 milhões sem retorno nessas estruturas temporárias. Já por serem temporárias e não redundarem em nenhum benefício para a cidade nem para o Beira-Rio, eu não pagava essa conta.

Essa conta não é nossa. Que vá pagá-la o ventre que produziu tão feio e inútil parto.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

MAIS DA METADE DOS BRASILEIROS ACHAM QUE O PAÍS NÃO DEVERIA SEDIAR A COPA



CORREIO DO POVO 18/02/2014 12:33

Pesquisa da CNT mostra que 75,8% dos entrevistados acham que investimentos foram desnecessários




Caso a escolha do país que vai sediar a Copa do Mundo de 2014 ainda fosse ocorrer, 50,7% dos entrevistados na pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) não apoiariam a candidatura do Brasil. Outros 26,1% seriam totalmente a favor da medida e 19,7% defenderiam parcialmente o evento no país.

A pesquisa foi divulgada hoje (18) pela CNT e mostra também que 75,8% dos entrevistados avaliaram que os investimentos feitos no país para a Copa do Mundo foram desnecessários. Ficou em 13,3% o percentual dos que consideram esses investimentos adequados.

Em relação às obras de mobilidade urbana feitas para a Copa do Mundo como metrô, trens e corredores de ônibus, a maior parcela dos entrevistados (66,6%) não acredita que ficarão prontas a tempo dos eventos nas cidades-sede. Os que acreditam que as obras estarão concluídas a tempo são 27,7%. Os que não sabem ou não responderam ficaram em 5,6%.


As manifestações públicas durante o mundial de futebol são esperadas por 85,4% dos entrevistados e só 11,4% acreditam que o povo não irá às ruas. O percentual dos que pretendem participar dessas mobilizações chega a 15,2% e 82,9% não têm a intenção de protestar.

O otimismo quanto à Copa do Mundo surge na pesquisa quando o assunto é a seleção brasileira. Um total de 56,2% dos entrevistados acredita que o Brasil vai ser o campeão do mundial de futebol. Outros 34,6% acham que a seleção brasileira não vai vencer a copa e 9,2% não sabem ou não responderam a pergunta.

Nesta edição da pesquisa foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 24 unidades da federação, entre os dias 9 a 14 de fevereiro. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais. A pesquisa foi encomendada pela CNT ao instituto MDA.




Fonte: Agência Brasil

sábado, 15 de fevereiro de 2014

COPA DO MUNDO, ASSALTO A MÃO ARMADA

Correio do Povo
CORREIO DO POVO
Postado por Juremir em 15 de fevereiro de 2014


Tem que ache a maior demagogia do planeta relacionar gastos na Copa do Mundo com a falta de dinheiro para educação e saúde.

Tem quem ache natural defender o sobrenatural.

E tem que jure ter um unicórnio em casa.

Mais fácil ter dois.

Dois em um.

Li uma sequência de notícias no Correio do Povo que não deixa dúvidas: tira-se de um lugar para colocar em outro. É uma lei da física.

A Copa do Mundo é essencial.

O resto é acessório.

A Copa do Mundo é sagrada. Não se pode perdê-la.

Já a vida…

Vida todo mundo tem.

Copa é uma só.

Deve ser esse o critério.

Vamos aos fatos: “A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores realizou uma inspeção no Hospital de Pronto Socorro da Capital e verificou diversos problemas, incluindo falta de segurança, quadro reduzido de profissionais e fechamento de leitos. Conforme o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), foram fechados 17 leitos na área clínica e 13 nos setores de atendimento buco-facial e de otorrinolaringologia”.

O HPS está pela hora da morte: “Conforme o presidente da Comissão, vereador Thiago Duarte, existe uma déficit de 150 profissionais na área de enfermagem, o que reflete no fechamento do laboratório da instituição. O parlamentar fala, ainda, que o atendimento de emergência clínica está negligenciado”.

Thiago Duarte é médico.

Enquanto isso, a Copa vai bem, obrigado e não dá mole para os cofres públicos: “A Prefeitura da Capital dispõe de R$ 22,6 milhões para aplicar em estruturas temporárias da Copa do Mundo. Na manhã de hoje, o presidente do Inter, Giovanni Luigi, disse esperar do poder público estadual ou municipal o aporte para financiar os projetos não definitivos”.

Só o Ministério Público, na figura de D. Quixote, tenta resguardar o dinheiro público. Parece que está sobrando. As tais estruturas temporárias são armações supérfluas para incrementar os ganhos da Fifa.

Tem mais: “Em nota, o Executivo municipal justifica que a utilização do recurso, em caso de necessidade, vai ocorrer em atividades de responsabilidade da cidade, como as estruturas físicas da Fanfest – festa para quem vai acompanhar o jogo de fora do estádio – e do Caminho do Gol – deslocamento de pedestres do Centro ao estádio Beira-Rio”.

Essa Copa do Mundo é um assalto à mão armada aos cofres públicos. O assalto do milênio. A Fifa superou Ronald Biggs. Deveria ser impedida de sair do país. Extraditar para a Suíça só a beneficiaria. Aliás, fica explicada a razão de a Fifa ter sede na Suíça. O HPS que espere.

O Inter precisa economizar dinheiro para despesas prioritárias como o milionário salário do imprescindível Rafael Moura.

O acessório segue o principal.

EU NÃO DISSE?

ZERO HORA 15 de fevereiro de 2014 | N° 17705


PAULO SANT’ANA



Às vezes, derrubam-se sobre mim auras de profeta.

Vejam que estourou ontem um fato bombástico: o Internacional se nega por seu presidente, Giovanni Luigi, a custear ou pagar R$ 30 milhões por estruturas temporárias exigidas pela Fifa para sediar a Copa do Mundo no Beira-Rio.

A Fifa diz que a despesa é do Internacional, o contrato diz que a despesa é do Internacional, mas o Internacional se nega a custeá-la.

*

Fui um dos únicos jornalistas brasileiros a se atrever em escrever que a Copa do Mundo não podia e não devia ser realizada no Brasil.

Elenquei razões para justificar minha posição. Entre elas, as batidíssimas de que um país que não atende os serviços de saúde reclamados pela sua população não pode se dar ao luxo de gastar uma fortuna bilionária para realizar uma Copa do Mundo. Como há dinheiro farto para a Copa, se milhares estão há anos na fila dos ortopedistas do SUS?

Esse meu entender apareceu ontem com cores luminosas nessa negativa do Internacional em pagar uma despesa que é sua, que assinou que é sua – e no meu entender, vejam bem minha posição, é injusto que se derrube sobre o Inter tal despesa.

Por sinal, na minha posição original, firme, inédita e, modéstia à parte, corajosa de me levantar contra a Copa do Mundo no Brasil, eu adivinhava esse problema que agora surge e dezenas de outros que foram criados com essa insânia que acabou por desatar um derrame nas contas públicas nacionais.

Mas eu tenho uma sugestão para resolver o problema: que se faça uma vaquinha entre todos os que apoiaram calorosamente a realização da Copa do Mundo no Brasil, inclusive os jornalistas, para pagar essa despesa cuja não prestação, vejam bem, segundo o noticiário de ontem, ameaça a realização da Copa do Mundo em Porto Alegre.

Os que apoiaram a Copa aqui, pois, que decidam por participar de uma vaquinha comemorativa.

*

O RETRATO DA COPA DO MUNDO NO BRASIL



Fonte:
http://worldfryou.blogspot.com.br/2014/02/o-retrato-da-copa-do-mundo-no-brasil-12.html?m=1

Smiling Cause Life is Beautiful


A great place for you find whatever you need.

Thursday, February 13, 2014

O retrato da Copa do Mundo no Brasil. 

12 Páginas de uma Revista Francesa (France Football) que resumem o Brasil em todos os sentidos:




- Apesar do lema brasileiro: “Ordem e Progresso”, o que menos se vê na preparação deste mundial, é Ordem ou Progresso.

- A FIFA não pediu o Brasil para sediar a Copa, foi o Brasil que procurou a FIFA e fez a proposta.

- A corrupção no Brasil é endêmica, do povo ao governo.

- A burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os Cartórios.

- Tudo se desenvolve a base de propinas.

- Todo o alto escalão do governo Lula está preso por corrupção, mas os artistas e grande parte da população acham que eles são honestos, e fazem campanhas para recolher dinheiro para eles.

- Hoje, tudo que acontece de errado no Brasil, a culpa é da FIFA, antes era dos EUA, já foi de Portugal, o brasileiro não tem culpa de nada.

- O Brasileiro dá mais importância ao futebol do que à política.

- O Brasileiro elege jogadores de futebol para cargos públicos.

- Romário (ex-Barcelona) é hoje deputado. Aproveita o descontentamento com a Copa para se auto-promover, mas nunca apresentou um projeto de lei sobre saúde ou educação. Sua meta é dar ingresso da Copa para pobre(como se essa fosse a prioridade para um pobre brasileiro)

- O Deputado mais votado do Brasil é um palhaço analfabeto e banguela, que faz uma dança ridícula, com roupas igualmente ridículas, e seu bordão é: “pior que está não fica”. Será?

- Em uma das músicas deste palhaço analfabeto ele diz: “Ele é ladrão mas é meu amigo!”, Isso traduz bem o espírito do Brasileiro. ( http://letras.mus.br/tiririca/176533/ )

- Brasileiros se identificam com analfabetos.

- A carga tributária do Brasil é altíssima maior que a da França, e os serviços públicos são péssimos comparáveis aos do Congo.

- Mas o Brasileiro médio pensa que ele mora na Suíça. Quem está lá, na verdade, é a FIFA.

- Há um dito popular que diz que “Deus é brasileiro”.

- A FIFA, como imagem institucional, busca não associar-se a ditaduras. Tanto que excluiu a África do Sul na época do Aparthaid e, ao contrário do COI, recusou a candidatura da China, apesar das ótimas condições que o país oferecia. Mas o Brasil, sede da Copa, vive um caso de amor com ditaduras.

- O Brasil pleiteava uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, para sentar-se ao lado França, mas devido ao seu alinhamento com ditaduras, a França já se manifestou contrariamente.

- A Presidente Brasileira parece estar alienada da realidade e diz que será o melhor mundial de todos os tempos, isso, melhor que o do Japão, dos EUA, da França, da Alemanha.
http://www.youtube.com/watch?v=urmR5fXMJu8

- Só ela pensa assim, na FIFA se fala em maior erro estratégico da história da Instituição.

CONFRONTOS:

- Ano passado os brasileiros saíram as ruas para manifestar, pela primeira vez se viu um movimento assim num país acostumado a inércia, mas o Governo disse que eles eram baderneiros e reprimiu o movimento com violência. 2 mortos, mais de 2000 feridos, mais de 2000 prisões. Ninguém responsabilizado...

- Há um movimento chamado “Black Blocs” que ameaça revidar a violência do Governo.

- Há um # hastag que já foi repetido mais de 500.000.000 de vezes em redes sociais e ameaça ‪#‎naovaitercopa‬

- Os próprios brasileiros pedem para os estrangeiros não irem para o Brasil. Há milhares de vídeos feitos por brasileiros neste sentido : http://www.youtube.com/watch?v=0A-mFVEE7Ng

- O governo brasileiro acaba de gastar 400milhões de Euros com compras de armas para a polícia e disse estar disposto a colocar o exército na rua para proteger a Copa contra os…. Brasileiros (???) Isso mesmo, o governo está ameaçando seu próprio povo.

- Há um movimento de alguns jogadores de futebol, liderado pelo ídolo do Lyon (França) Juninho Pernambucano, chamado “Bom Senso”, pedindo conscientização dos jogadores.

- Analisando os países sedes desde 1970, o número de mortes em estádios, nos 16 anos prévios a cada edição da Copa:


México: (1970): 06 mortes;
Alemanha (1974): 00 mortes;
Argentina (1978): 04 mortes;
Espanha (1982): 00 mortes;
México (1986): 12 mortes;
Itália (1990): 00 mortes;
EUA (1994): 00 mortes;
França (1998): 00 mortes;
Japão (2002): 00 mortes;
Coreia do Sul (2002): 00 mortes;
Alemanha: (2006): 00 mortes;
Africa do Sul: (2010): 17 mortes;
Brasil: (2014): 234 mortes;

- http://www.youtube.com/watch?v=8bn17OLPyOY

OBRAS:

- O Brasil foi o país que teve mais tempo na história de todos os mundiais para prepará-lo: 7 anos, mas o Brasil é o mais atrasado.

- O Francês Jérome Valcke, secretário geral da FIFA criticou o Brasil pelos atrasos. O governo brasileiro disse que não conversaria mais com Jérome Valcke.

- A França teve apenas 3 anos, e finalizou as obras 1 ano e 2 meses antes.

- A África do Sul teve 5 anos, e terminou com 5 meses de antecedência.

- Há pouco mais de 3 meses da Copa, o Brasil ainda tem que fazer 15% do previsto.

- O custo do “Stade de France” foi de 280 milhões de Euros(o mais caro da França), uma vergonha se comparado ao “Olimpiastadium” sede da final da Copa da Alemanha em 2006, que consumiu menos de 140 milhões de Euros.

- Mas perto do Brasil isso não é nada. Cada estádio custa em média mais de 1/2 bilhão de Euros.

- E o dinheiro sai do bolso do Brasileiro. Tudo é financiado com recursos públicos. Na França tudo foi financiado com recursos privados.

- Mas o custo não é alto porque os trabalhadores recebem muito. Os trabalhadores recebem salários de fome.

- As empreiteiras é que ganham muito e há muita corrupção para os políticos.

- Não há segurança para os trabalhadores, acidentes e mortes são comuns. Na França o número de mortes nas construções foi 0(zero)

- Mesmo com os milhões a mais, os Estádios são ruins.

- Em 2007 o Brasil construiu um estádio para o Panamericano do Rio e homenageou quem???? Um diretor da FIFA, um brasileiro, corrupto para variar: João Havelange! No Brasil corruptos recebem homenagens.

- O estádio era tão ruim que não durou nem 6 anos. Isso mesmo, 6 anos….

- Hoje o estádio está interditado e não recebe mais jogos. Detalhe: custou mais de 150 milhões de Euros(mais do que o Estádio do Olympic de Marseille), e hoje serve de ninho para pombos.

- Na França, os Estádios são multi-uso, servem para competições olímpicas, jogos de Rugby, e são centro de lazer, com lojas e restaurantes e estacionamento nos outros dias da semana. No Brasil são usados só para jogos.

- Em Brasília estão construindo um Estádio para 68.000 pessoas, sendo que o time local está na quarta divisão do campeonato brasileiro e tem média de público de 600 pagantes. Tudo com financiamento público.

- Em São Paulo há 2 estádios, Morumbi e Pacaembú, ao invés de reformá-los, construíram um 3o. estádio, Itaquerão, 23km do centro da cidade e sem metrô até lá.

- O ex-presidente Lula, torcedor do Corinthians, empenhou-se pessoalmente para que construíssem este estádio em vez de reformar um dos outros 2 já existentes.

- Exceto seus correligionários, ninguém acredita que Lula foi movido por amor ao “Timão” .

- Lula é amigo íntimo de Marcelo Bahia, Diretor da Odebrecht, vencedora da licitação. Um reforma custaria menos de 100 milhões de Euros, um novo estádio tinha previsão de custo inicial de 300 milhões de Euros (mas já passou de 500 milhões) um dos mais caros da história da humanidade. Lula e Marcelo são constantemente vistos em caríssimos restaurantes de Paris, tomando bons vinhos franceses. Lula, claro, se declara socialista.

- Este estádio é igualmente ruim, alagamento, péssima infraestrutura, e antes mesmo de inaugurar já caiu, matando funcionários. vide: http://oglobo.globo.com/esportes/video-mostra-momento-do-acidente-no-itaquerao-10911765

TRANSPORTES:

- A atual presidente Dilma Rousseff garantiu que faria um trem-bala, nos moldes do TGV Francês, que ligaria 4 cidades-sede: SP-RJ-BH-Brasilia. A promessa está gravada em redes sociais. (http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,governo-garante-trem-bala-pronto-ate-a-copa-de-2014,381839,0.htm )

- Em 2009 foram aprovados 13 bilhões de Euros no PAC, uma soma gigantesca de dinheiro, suficiente para construir um TGV de Paris a Cabul no Afeganistão. Nunca se viu um orçamento tão alto.

- Mas o dinheiro desapareceu e nem um único centímetro do TGV brasileiro foi construído.

- Nenhum brasileiro cobra da Dilma a responsabilidade sobre a promessa do trem bala.

- Nenhuma das cidades-sede tem metrô até o Aeroporto.

- O taxis são caríssimos e os taxistas fazem trajetos mais longos com os estrangeiros que não conhecem a cidade.

- Aprenda Português pois os Taxistas não falam nem espanhol, francês não existe. Inglês nem pensar???

- Para os taxistas não há cursos de inglês financiados pelo governo, mas para as prostitutas sim. Parece piada, mas é verdade: ( vide:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/01/1211528-prostitutas-de-bh-tem-aulas-gratis-de-ingles-para-se-preparar-para-a-copa.shtml )

- É assim que o Brasil está se preparando para receber os turistas, ensinando inglês para as prostitutas. Pergunte se há um programa assim para policiais???

- Metrôs não funcionam bem, não cobre nem 10% das cidades ou simplesmente não existem.

- Os ônibus são precários, com muitos atrasos.

- O sistema de ônibus é complicadíssimo e ineficiente.

- Diariamente os ônibus são atacados por gangues que lhes ateiam fogo sob ordem de criminosos ou simplesmente para protestar.

- Às vezes não dá tempo do passageiro sair correndo e morre carbonizado.

- Ninguém é preso, mas as autoridades dizem: “estamos investigando…”

- O aeroporto da Megalópolis São Paulo tem uma capacidade de receber vôos inferior ao Aeroporto da pequena cidade de Orly, no interior da França.

- Os preços de passagens de aviões dispararam. Por um trajeto de 400km chegam a cobrar 1.000Euros durante a copa.

- Como o Brasil não tem infraestrutura, não aproveitará a alta demanda, devendo permitir que empresas aéreas estrangeiras atuem durante a Copa, o lucro virá para a Europa ou os EUA.

- Aluguel de carros é caríssimo, e, como disse um ex-presidente brasileiro, Fernando Collor, também afastado por corrupção, os carros brasileiros são carroças, sem os principais itens de segurança.

- Muito cuidado ao dirigir, o trânsito é uma selvageria. Sinalização, quando existe, é exclusivamente em português.

- Ônibus lotados a toda velocidade, dividem faixas com carroças, mendigos que puxam carros de ferro-velho, motoqueiros cruzando faixas sem sinalizar, pessoas xingando, engarrafamentos de horas. Em São Paulo chega a passar de 300km de engarrafamento, dentro da cidade, o maior da humanidade.

- Faixa de pedestre não serve para nada, não espere que os carros parem. Atropelam, matam e fogem.

- Não tente andar de bicicleta, será atropelado ou roubado.

- As estradas estão caindo aos pedaços, sem sinalização e o número de mortes em acidentes de trânsito em 2008 foi de 57.166, na França, 399, ou seja, quase 15.000% a mais de mortes, e levando em conta que no Brasil não há acidentes por neve ou gelo na pista.

- Apesar do Brasil ser autossuficiente em petróleo e estar do lado de países da OPEP, como Venezuela e Equador, a gasolina uma das mais caras do mundo, e de péssima qualidade, misturada com etanol e solvente de borracha, não há fiscalização nos postos.

- Mas o Brasileiro defende o monopólio do petróleo. É o único país do mundo onde os consumidores acham que o monopólio é bom para o consumidor, e não para o monopolista.

- Não existe transporte fluvial, apesar de ser o país com mais rios no mundo. O Brasil deveria investir em barcos, todo ano as cidades alagam. Vide http://www.youtube.com/watch?v=aNHnPUcZOFA

- As autoridades dizem que foram pegas de surpresa!

- Não há transporte por trens.

SAÚDE:

- Reze para não ter problemas de saúde enquanto estiver alí.

- Vacina contra febre amarela é recomendada.

- Use repelentes, no Brasil ainda há pessoas morrendo com dengue, malária ou doença de chagas, já erradicadas na França no século XVIII.

- Faça um seguro de saúde privado antes de ir ao Brasil.

- Médicos privados cobram mais de 100Eurs por consultas de 20minutos.

- Os hospitais públicos são péssimos. videhttp://www.youtube.com/watch?v=cE9znkKV--k comparáveis a zonas de guerra.

- Nos últimos 10 anos o número de leitos em hospitais públicos caiu 15%. vide http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/em-11-anos-taxa-de-leitos-hospitalares-caiu-15-no-brasil-o-bravateiro-no-entanto-dava-licoes-a-obama-vinda-de-cubanos-serve-para-demonizar-medicos-brasileiros-e-e-projeto-ideologico-dos-paises-do/

- O Brasil precisa importar médicos de Cuba, já que não tem competência para formar médicos no próprio país. Acredite: Há um programa governamental para isso.

- O Brasil gasta apenas 4% do seu PIB com saúde, e 12% com pagamentos de funcionários públicos. Nos últimos anos o gasto com funcionários cresceu, e com saúde encolheu.

- A França gasta 12% com saúde e 4% com funcionalismo.

- Resultado: Brasil é 72. entre 100 países pesquisados pela OMS, a França 7.

- O craque Zinédine Zidane já era mal visto no Brasil, por ser responsável direto por 2 derrotas humilhantes da “canarinha” em mundiais. Ao saber que o Brasil sediaria a Copa, Zidane afirmou que o Brasil tinha outras prioridades, como a saúde, não os Estádios.

- Ronaldinho Fenômeno rebateu a frase dizendo que “não se faz copa com hospitais”. vide http://www.youtube.com/watch?v=uRRoXJQf8f0

- A frase de Ronaldinho Fenômeno virou hit no Twitter e record e visualizações no youtube.

- O Pelé pediu para os Brasileiros esquecerem os problemas e curtirem a Copa.

HOSPEDAGEM:

- Paris é a cidade mais visitada do mundo, com quase 20 milhões de turistas / ano. São Paulo é menos visitada que a pequena Benidorm na Espanha, ou que a cinza Varsóvia, na Polônia ou a poluída Chenzen na China.

- São Paulo perde para Buenos Aires, Cuzco e outras cidades Sulamericanas.

- Nem no Brasil é a mais visitada. Ninguém faz turismo em São Paulo.

- Amarga o posto 68 na lista das mais visitadas do mundo.

- No entanto, um hotel em São Paulo custa em média 40% mais do que se hospedar em um equivalente hotel em Paris.

- Na época da Copa, um hotel de baixa qualidade em São Paulo chega a pedir 800Eurs por noite.

- Os brasileiros não tem hábito de intercambiar casas, alugar sofás ou hospedar pessoas por sites em internet.

- Leve adaptador de tomada. O Brasil adotou um sistema que só existe no Brasil, e muda a cada 4 ou 5 anos, gerando milhões para algumas empresas.

TELECOMUNICAÇÕES:

- Minuto de celular mais caro do mundo. videhttp://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1352956-minuto-do-celular-no-brasil-e-o-mais-caro-do-mundo.shtml

- O sinal é péssimo, um dos piores do mundo.

- 4G não existe na maioria das cidades.

- A internet é horrível e caríssima. Para o Brasil chegar aos níveis do Iraque deveria dobrar o investimento em banda larga. videhttp://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/conexao-de-internet-no-brasil-e-mais-lenta-que-no-iraque-e-cazaquistao

SEGURANÇA:


- Se você não gostou do que leu até agora, o pior está aqui.

- No Brasil há mais assassinatos que na Palestina, no Afeganistão, Síria e no Iraque JUNTOS.

- No Brasil há mais assassinatos que em toda a AMÉRICA DO NORTE + EUROPA + JAPÃO + OCEANIA.

- A guerra do Vietnã matou 50.000 pessoas em 7 anos. No Brasil se mata a mesma quantidade em um ano.

- Ano passado foram 50.177 segundo o governo, segundo a ONGs superam 63.000 mortes.

- Todo brasileiro conhece alguém que foi assassinado.

- 1% dos casos resultam em prisão.

- Este 1% não chega a cumprir 1/6 da pena, e é beneficiado por vantagens que se dão aos criminosos.

- As prisões parecem masmorras e não recuperam.

- Rebeliões com dezenas de mortos, pessoas decapitadas, esquartejadas são frequentes.

- Recomenda-se levar uma pequenas quantidade de dinheiro para caso de assaltos. É comum assassinarem as pessoas que nada tem para o assalto.

- Não leve o cartão consigo, você pode ser vítima de uma espécie de sequestro que só tem no Brasil: “Sequestro Relâmpago”.

- Não use relógios, máquinas fotográficas, celulares, pulseiras, brincos, colares, anéis, bolsas caras, bonés caros, óculos caros, tênis caro, etc… vista-se da forma mais simples possível.

- Se for assaltado, não reaja.

- Não ande pelas ruas após as 22hs.

- Caixas eletrônicos não funcionam após as 22h30, devido aos assaltos. Os políticos, no lugar de aumentar a segurança, tiveram a brilhante idéia de proibir o cidadão de bem de tirar dinheiro do caixa.

- Os bancos fecham as 16hs.

- Só faça câmbio em bancos ou casas autorizadas. Existe uma grande quantidade de moeda falsa e estrangeiros são alvo fácil.

- Policiais são monoglotas. Aprenda frases como: “Eu fui assaltado”; “preciso de ajuda”, “estou ferido”, “sou francês, leve-me ao consulado por favor”

- Há falsas blitz para assaltar pessoas.

CONCLUSÃO:

- O que falta no Brasil é educação. Os números são assustadores, mesmo quando comparados com seus vizinhos sulamericanos.

- O Brasil tem uma porcentagem de universitários menor que o Paraguai;

- Apenas 3% dos Brasileiros são bilingues.

- A Argentina tem 5 prêmios Nobel, a Colombia 3, o Chile 3, a Venezuela 1, a Colombia 4, o Brasil??? Zero!

- Entre as 300 melhores Universidades do mundo, não tem nenhuma Universidade Brasileira.

- O país tem 9% de analfabetos;

- No Brasil há 33.000.000 de analfabetos funcionais.

- Ano passado surgiram 300.000 novos analfabetos.

- No ranking da ONU de 2012 o Brasil, que já estava mal colocado, caiu mais 3 posições, e hoje é o número 88 no mundo. (A França é 5.)

- O Brasil fica atrás de Belize, Ilhas Fiji, Tchad, Azerbaijão, Ilhas Maurícios, Uzbequistão, Mongólia, Paraguai, Trinidad e Tobago, Belarus, Tijiquistão, Botswana, São Tomé e Príncipe, Namíbia, Santa Lúcia, Moldavia…. até atrás da Palestina em guerra, o Brasil conseguiu ficar.

- UMA VERGONHA INTERNACIONAL mas o brasileiro está muito feliz de ser pentacampeão de futebol.

Nos corredores da FIFA já se admite que foi o maior erro da história da Instituição eleger o Brasil como sede. O que se fala é que os dirigentes deveriam ter ouvido o grande Estadista Francês Charles de Gaulle, quando disse: “O Brasil não é um país sério” "


via Mario Saveri

Mirella Araújo at 11:25 AM

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

COPA 2014 - TURISTA NÃO VOTA



JORNAL DO COMÉRCIO, 14/02/2014


Ivone Ferraz e Carlos Lange



Todos os municípios do País têm seus encantos e locais especiais que as pessoas gostariam de conhecer. Então, por que no Brasil, com 5.564 municípios, apenas algumas dezenas de cidades são consideradas turísticas?

O turismo é a atividade que mais cresce no planeta — cerca de 20% ao ano. No Brasil, já corresponde a 5,7% do PIB. Então, por qual motivo a maioria dos prefeitos não tem vontade política de incentivar o turismo em seu município? A resposta é óbvia: turista não vota. A maioria dos prefeitos ignora que o turismo gera emprego, renda, qualidade de vida e, consequentemente, maior arrecadação de impostos. Outros ficam no meio termo, isto é, fazem o chamado turismo do faz de contas. Fazem de conta que incentivam o turismo, trazendo para o setor público a realização de eventos, mas usam o apelo turístico somente para drenar os escassos recursos públicos na contratação de palcos, lonas e shows superfaturados — uma vergonha. Nesses casos, é comum a prática dos “eventos secretos”, aqueles que ninguém sabe o que vai acontecer até estar o palco montado (na praça). Este método também é classificado como o famoso “evento turístico para que está passando”. No caso, os realizadores tiram fotos e comprovam na LIC/Lei Rouanet ou perante o Ministério do Turismo que utilizaram “bem” os recursos públicos com a devida anuência dos cidadãos que estavam passando...

Esses maus prefeitos esquecem que o recurso turístico só é bem utilizado se de alguma forma influenciar a decisão das pessoas a se deslocarem. Evento secreto e evento para quem está passando não agregam valor ao turismo, representam somente desperdício de dinheiro público. Estamos a menos de seis meses da Copa do Mundo de 2014, e milhares de administradores municipais, que não têm o turismo como meta eleitoral, nada fizeram. Sequer vão tentar atrair um pouco dos milhões de turistas estrangeiros que virão ao Brasil. Pois é, para as cidades que têm potencial turístico, é uma pena para seu povo que turista não vote.

Turismóloga e empresário

AMEAÇADA COPA EM PORTO ALEGRE

CORREIO DO POVO 14/02/2014 11:14

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Impasse em pagamento de estruturas temporárias ameaça Copa em Porto Alegre. Inter não quer bancar montagem que pode custar até R$ 30 milhões




Estruturas exigidas pela Fifa geram polêmica em Porto Alegre
Crédito: Divulgação Inter / CP


Um impasse no pagamento das estruturas temporárias exigidas pela Fifa ameaça a realização da Copa do Mundo em Porto Alegre. Apesar da responsabilidade no contrato ser do dono do estádio, o Inter segue com a postura de não querer bancar sozinho. O clube quer que o governo do estado ou a prefeitura banquem as montagens, que têm custo estipulado entre R$ 20 e R$ 30 milhões.

Em entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta-feira, o presidente colorado Giovanni Luigi afirmou que o Inter irá entrar com uma grande parcela de investimentos para a realização da Copa do Mundo na cidade e confirmou o pedido de ajuda para as estruturas. “O Inter a duras penas tomou as providências para as questões do estádio. Ele está aí, é extraordinário e supera em muito as exigências da Fifa para a Copa do Mundo. O clube também vai resolver a questão do piso do entorno também com muito sacrifício. Vamos ceder áreas como o Gigantinho, o Centro de Eventos , o estacionamento e as lojas”, disse.

“Eu diria que está é uma questão da sociedade gaúcha. Todos estamos envolvidos e temos que ter a responsabilidade de encontrar um denominador comum. É um problema da cidade, do estado como um todo. Todos nós lutamos para a Copa do Mundo ser realizada aqui e tenho certeza que encontraremos um denominador comum”, completou.

Em respeito ao fato de o contrato estipular que o Inter deve bancar as estruturas, Luigi se defendeu dizendo que isso ocorre porque a grande maioria dos estádios da Copa foram feitos com verbas públicas. “Na verdade, lá atrás, em 2009, existiu um contrato que diz que os proprietários dos estádios deveriam tratar toda as questões da Copa. Mas isso se refere aos estádios públicos porque nove das 12 sedes serão publicas. Nos demais estádios da Copa têm governos dos estados ou os municípios resolvendo. Nesse momento, me parece, que tanto o município quanto o estado buscam uma saída jurídica para essa questão. É mais nesse aspecto. Está sendo tratada e eu quero acreditar que nós temos a condição de resolver isso e termos a Copa aqui”, declarou.

O prazo para entrega das estruturas para a Fifa vence em 22 de maio. Luigi, no entanto, acredita que o impasse sobre a construção na área do Beira-Rio deverá ser resolvido na próxima semana. “Isso é um assunto que urge, que já deveria estar resolvido. Espero que no máximo em uma semana a gente encontre uma solução. Espero que principalmente as autoridades que comandam a sociedade gaúcha encontrem uma solução para essa questão”.





A COPA E OS BOMBEIROS

O SUL. Porto Alegre, Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2014.



WANDERLEY SOARES


Na Brigada Militar, há grupos, inclusive de amigos meus, que consideram a emancipação do Corpo de Bombeiros como um pesadelo


Sem ter ideias definitivas, que são próprias de donos da verdade, posição nunca assumida por este humilde marquês, que não se cansa de catar fragmentos de sabedoria alheia na tentativa de enriquecer a modesta torre que me serve de morada, defendo há algumas décadas que bombeiro não é policial. Evidentemente que esta tese não é de minha exclusividade, pois são muitos os cidadãos, inclusive brigadianos, que assim pensam. Tal tema segue até mesmo uma tendência nacional na busca verdadeira da excelência na prestação de serviços à população. É verdade que na Brigada Militar há grupos, inclusive de amigos meus, que consideram a emancipação do Corpo de Bombeiros como um pesadelo, um tabu, um assunto que deveria ser proibido. Atrevo-me a dizer, no entanto, que não pode haver tabu no serviço público, cujos organismos devem se transformar e evoluir no sentido de atender, com máxima eficiência, as exigências de toda a sociedade e não de grupos isolados. Dentro desta moldura, sigam-me


Copa cabeça


Não poucas cabeças do poder público e, é claro, muitas da segurança pública, sofreram abalos positivos e negativos provocados pela Copa. Querem mudar tudo, não só os estádios, mas também as avenidas, soltar presidiários, mudar o fardamento dos brigadianos, maquiar as policiais, proibir carroças e carros antigos de circularem, calar a boca de alguns jornalistas inconvenientes, tirar o ar condicionado dos ônibus, transferir o sambódromo para uma área mais distante, liberar totalmente a Praça da Matriz para flanelinhas, fechar os bares a meia-noite e sonhos outros. Diante de tudo isso, não há melhor momento para falar na emancipação do Corpo de Bombeiros, que não deve ficar atrelado às agruras do policiamento ostensivo. Os bombeiros devem ter orçamento próprio, helicópteros e pilotos exclusivos, escola de bombeiros civis voluntários, alojamentos dignos. Claro que o tema não se esgota nestas linhas, mas como a Copa é inevitável, ela deve ser uma alavanca para que uma nova e civilista mentalidade sobre os bombeiros seja implantada

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

DIÁLOGO COM MOVIMENTOS ANTI-COPA

G1 - 10/02/2014 20h54

Governo quer antecipar diálogo com movimentos 'anti-Copa', diz Carvalho. Ministro da Secretaria-Geral disse que enviou servidores às cidades-sede. Para ele, governo quer manter diálogo com a sociedade baseado em fatos.

Juliana Braga Do G1, em Brasília



O ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho
(Foto: Reprodução / GloboNews)

Diante da repercurssão da morte do cinegrafista Santiago Andrade, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta segunda-feira (10) que a pasta enviou representantes para as 12 cidades-sedes da Copa do Mundo. O objetivo do governo federal, disse Carvalho, é tentar antecipar o diálogo com os movimentos sociais e, com isso, minimizar os riscos de protestos em meio ao mundial da Fifa.

A tarefa dos servidores federais será analisar eventuais problemas que possam ser questionados nas ruas durante a realização do evento esportivo, como as remoções de famílias para dar lugar a obras de infraestrutura e mobilidade urbana.

Encarregado de fazer a ponte entre o Palácio do Planalto e os movimentos sociais, Carvalho disse que espera manter diálogo com a sociedade baseado em "fatos", e não em "meias verdades”. O auxiliar da presidente Dilma Rousseff anunciou a estratégia de aproximação com os movimentos sociais após comentar a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes.

“Faremos um diálogo exaustivo para que a gente possa, de fato, ter um debate em cima da verdade, de fatos, e não de meias verdades, e não de propaganda disso ou daquilo. As manifestações evidentemente vão ocorrer, mas elas não podem, de jeito nenhum, [acontecer] com essa marca da tragédia que nós estamos acabando de ver agora”, destacou.

O titular da Secretaria-Geral ressaltou que o Executivo federal está em "permanente busca pelo diálogo" e que, por isso, o governo enviou servidores às cidades-sede. Segundo ele, o Planalto seguirá dialogando com os movimentos que possuem questões "contra o mundial".

Para Carvalho, a morte de Santiago Andrade deve gerar reflexão em todo o país. "Só a paz, só o diálogo, só a manifestação pacífica, sem violência nem do lado policial e nem do lado dos manifestantes, vai nos levar aonde nós queremos", ponderou.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

BRASIL MONITORA MANIFESTANTES PARA TENTAR EVITAR DANOS À COPA

TERRA NOTÍCIAS, 06 de Fevereiro de 2014


Cena nas portas do Maracanã no dia 30 de junho de 2013; enquanto Brasil vencia a Espanha na final da Copa das Confederações, arredores do estádio tinha confronto entre manifestantes e policiaisFoto: AFP




As forças de segurança brasileiras estão usando agentes à paisana, interceptando e-mails e monitorando rigorosamente a mídia social para tentar garantir que protestos violentos contra o governo não arruínem a Copa do Mundo, disseram autoridades à Reuters.

As manifestações realizadas nos últimos meses têm sido muito menores do que as de junho passado, quando o Brasil sediou a Copa das Confederações - torneio de preparação para a Copa -, o que abalou o governo da presidente Dilma Rousseff.

Mas os protestos ainda desencadeiam atos de vandalismo contra bancos e a paralisação de partes de grandes cidades porque um grupo mais duro, de talvez alguns milhares de manifestantes em todo o país, se confronta com a polícia, incluindo alguns com máscaras autodenominados "black blocs".

O governo de Dilma teme que os protestos, dos quais os mais recentes vêm adotando o slogan ‘Não vai ter Copa', possam prejudicar gravemente a competição, que começa em 12 de junho em São Paulo e termina com a partida final em 13 de julho, no Rio de Janeiro.

Imagens frequentes de vitrines estilhaçadas de lojas, turistas assustados e policiais e manifestantes feridos - fatos já ocorridos - poderiam manchar um evento que vai atrair um número estimado em 600 mil visitantes estrangeiros e tem a meta de mostrar a ascensão do Brasil como potência mundial. Estão sendo organizadas manifestações em todas as 12 cidades nas quais haverá partidas.

A recente fragilidade da economia brasileira, mais a eleição presidencial de outubro, na qual Dilma concorrerá a um segundo mandato, aumentam ainda mais os riscos.

A assessoria de imprensa da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), uma divisão do Ministério da Justiça encarregada da segurança na Copa do Mundo, encaminhou perguntas sobre iniciativas de vigilância para o Ministério da Defesa, que não quis fazer comentários.

Dilma garante que país está preparado para a Copa

Mas autoridades descreveram, sob condição de manterem o anonimato, uma vigilância crescente e generalizada a pessoas que integram o Black Bloc, cuja extensão ainda não tinha sido divulgada pela imprensa.

Além de monitorar as comunicações do grupo no Facebook e outras mídias sociais, agentes da inteligência se infiltraram no movimento e passaram informações para a polícia antes e durante recentes manifestações, disseram dois funcionários.

As autoridades também vêm usando tecnologia avançada para localizar os computadores de manifestantes violentos e ter acesso às suas comunicações, com a finalidade de identificar líderes e monitorar suas atividades, afirmou um funcionário.

Os funcionários enfatizaram que tais esforços não estão sendo direcionados à população brasileira em geral, mas aos membros de grupos violentos. Eles não quiseram especificar quais agências ou forças policiais estão realizando a vigilância nem dar mais detalhes sobre como a informação está sendo usada.

As táticas refletem a crença do governo Dilma de que, ao contrário das manifestações em grande parte pacíficas do ano passado, os black blocs são um problema criminal e devem ser tratados como tal.

"No ano passado todo mundo pensou que isto era os anos 1960. Mas agora é apenas Seattle", disse um alto funcionário, referindo-se aos famosos protestos que se tornaram violentos na reunião da Organização Mundial do Comércio em 1999.



31 de janeiro - O grupo, formado majoritariamente por membros do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), além de pessoas contrárias a realização da Copa do Mundo no País, se concentrou por volta das 15h em frente ao Theatro Municipa. Foto: Ricardo Matsukawa / Terra


ORIGEM INTERNACIONAL


A vigilância corre o risco de provocar um mal-estar em um país com más lembranças da Ditadura Militar de 1964-1985, que espionava intensamente esquerdistas suspeitos, incluindo a própria Dilma, na época, integrante de um grupo guerrilheiro marxista.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, não quis fazer comentários sobre os procedimentos da área de inteligência, mas disse que as forças de segurança "respeitam completamente o direito das pessoas protestarem em paz".

"Nós estamos agindo para garantir a segurança das pessoas contra aqueles que buscam a violência", afirmou Grella. Um protesto em São Paulo, no dia 25 de janeiro, foi um vívido exemplo do tipo de desordem que poderia potencialmente estragar a Copa do Mundo.

Depois de um protesto pacífico de cerca de 1.500 pessoas, algumas dezenas de manifestantes se separaram e bloquearam grandes avenidas, provocaram incêndios e tentaram virar um carro de polícia.

Quando a polícia perseguiu um grupo de manifestantes dentro do saguão de um hotel houve pânico entre os hóspedes, dos quais alguns receberam ordens para se sentar no chão enquanto os agentes tentavam identificar os manifestantes e prendê-los, de acordo com a mídia local. Outros hóspedes, amedrontados, se refugiaram em seus quartos.

Agências bancárias e concessionárias foram depredadas em protesto contra a Copa no dia 25 de janeiro em São PauloFoto: Ricardo Matsukawa / Terra

Os manifestantes, e aqueles que os estudam, dizem que tais incidentes têm sido agravados pela resposta do governo - que, segundo eles, não entende fundamentalmente do que se trata o movimento.

Os black blocs são um fenômeno internacional, tendo aparecido pela primeira vez na Europa nos anos 1980 durante protestos contra a energia nuclear e outras questões. Alguns acadêmicos os comparam aos anarquistas do início do século 20, observando o papel-chave que tiveram nas manifestações antiglobalização, como a de 1999, em Seattle.

Em alguns casos, os grupos não têm líderes e são desprovidos de qualquer organização, unindo-se somente pelas táticas e a maneira de se vestir - em geral, inteiramente de preto. Em outros há alguma coordenação.

Em São Paulo, os black blocs têm um tempero local. Os aderentes são predominantemente homens com idades entre 15 e 23 anos, egressos da nova classe média baixa que floresceu quando a economia do Brasil cresceu na década passada, disse o professor Rafael Alcadipani, da escola de negócios da Fundação Getúlio Vargas, que estuda o grupo e entrevistou seus membros.

Esse grupo demográfico deu grandes saltos em consumo e pôde pela primeira vez adquirir máquinas de lavar, TVs de tela plana e outras mercadorias. Mas a maioria deles sofre com a má qualidade do sistema de saúde, escolas públicas ruins e longas jornadas no transporte, já que o governo não foi capaz de equilibrar a renda crescente deles - e as expectativas - com serviços melhores.

Os black blocs "acreditam que o sistema político brasileiro está quebrado e não os representa", disse Alcadipani.



Brasília (DF)
Foto: Franco Rithele / Futura Press



ESPERANDO NOVOS PROTESTOS


Uma black bloc que disse apenas chamar-se Ana afirmou que muitos membros acreditam que o vandalismo é o único meio de atrair a atenção da mídia para os seus pontos de vista.

"É um grupo extremamente diverso, mas a única coisa que nos une é a crença em que não podemos aceitar silenciosamente o que os políticos estão fazendo conosco", disse ela.

Em outubro, black blocs espancaram gravemente um coronel da polícia, quebraram sua clavícula e roubaram sua pistola. Os manifestantes alegam que a polícia de São Paulo também usa táticas brutais e citam os tiros dados em um manifestante em 25 de janeiro. A polícia diz ter agido em autodefesa.

O maior medo do governo é que o tamanho e a violência dos protestos explodam novamente quando a Copa do Mundo começar.

Se isso vai acontecer é uma incógnita, já que depende de fatores que variam da situação da economia ao desempenho da seleção brasileira. Muitos acreditam que, se o Brasil for eliminado cedo, os brasileiros ficarão menos ligados nos jogos e mais propensos a sair às ruas.

As táticas dos black blocs assustaram muita gente na classe média, principal motivo que fez as manifestações encolherem e não conseguirem reunir mais do que alguns milhares desde julho.

Protesto contra a Copa tem Batman do Rio

No entanto, se a polícia for muito longe na repressão, o efeito poderá ser o oposto. Uma reação com mão pesada a pequenas manifestações em junho passado enfureceu muita gente e foi um importante fator para que o número de participantes nos protestos se multiplicasse na época.

Esse difícil equilíbrio ajuda a explicar por que as autoridades estão ansiosas por abraçar ações de inteligência e outras novas táticas.

Grella disse que a polícia estuda como outros países lidaram com o Black Bloc. As próximas semanas verão a estreia de uma nova "Brigada de Captura" da polícia uniformizada, sem armas de fogo, que será encarregada de deter manifestantes violentos, disse ele.

Os esforços da polícia para prender manifestantes e registrar seus nomes, e em alguns casos, indiciá-los, também produziram resultados. A maioria dos cerca de 200 black blocs identificados pela polícia em São Paulo não participou do protesto de 25 de janeiro por medo de ser processada, disse Esther Solano, uma outra acadêmica que estuda o grupo.

No entanto, novos membros surgiram para tomar o seu lugar - um mau presságio para os meses mais à frente.

"Enquanto o governo não enfrentar as principais questões, as pessoas vão continuar protestando", disse Alcadapini, o professor da FGV. "Nada mudou desde junho."

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

COMO O BRASIL NÃO SE PREPAROU PARA A COPA EM 11 ANOS



Operários ainda instalavam os assentos na arquibancada da Arena da Baixada, em Curitiba, no dia 21 de janeiro


BBC - Atualizado em 30 de janeiro, 2014 - 15:08 (Brasília) 17:08 GMT


Tim Vickery

Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil


"Estádios são coisas relativamente simples de se construir", disse a presidente Dilma Rousseff em visita à Suíça na semana passada. Isso de fato nos leva a uma pergunta óbvia: então por que tantos estádios para a Copa do Mundo estão tão atrasados?

A alta procura por ingressos e pacotes de hospitalidade ajudam a explicar a falta de paciência da Fifa com os prazos assumidos e não cumpridos – e não importa o que se pense sobre o relacionamento entre a Fifa e o governo brasileiro, a Copa do Mundo foi um negócio em que o Brasil entrou (e que o Brasil aceitou) voluntariamente.

Mas uma hora as máscaras caem, como quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, comentou recentemente que, em todos os anos que esteve no comando da entidade, nunca viu uma Copa do Mundo com tantos atrasos. Ele ainda acrescentou que o Brasil foi definido como país-sede da Copa de 2014 em 2007 e, portanto, acabou se beneficiando de um ano extra para se preparar – sete, em vez dos tradicionais seis.

E aqui ele não está sendo generoso. Porque a realidade é que o Brasil não teve sete anos para se preparar. Teve 11.

Um pouco de história: Blatter tentou levar a Copa do Mundo de 2006 para a África do Sul, mas ele perdeu uma votação controversa no Comitê Executivo da Fifa. Por razões políticas, ele não poderia fracassar de novo quatro anos depois. Por isso, junto com Danny Jordaan (presidente da Confederação Sul-Africana de Futebol), ele sugeriu a ideia de revezar o torneio entre os cinco continentes. Em 2010, ele conseguiu decretar: seria a vez da África. Problema resolvido.

E para onde a Copa do Mundo iria depois? A América do Sul, que não recebia o Mundial desde 1978, era o candidato óvio. Então, em março de 2003, Joseph Blatter anunciou que em 2014 seria a vez do subcontinente. O torneio havia dobrado de tamanho desde a Copa da Argentina, em 1978. Quantos países no continente seriam capazes de sediar um Mundial com os 32 times que jogam atualmente? Na realidade, havia apenas um - e assim, alguns dias após o anúncio de Blatter, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) declarou que o Brasil era o seu único candidato.

"Nenhum outro país estava na briga com o Brasil. A disciplina da competição, então, acabou não existindo e abriu espaço para alguns velhos vícios brasileiros; muita politicagem nos bastidores, muita esperteza e pouco progresso. De fato, a consequência da experiência brasileira foi o fim da ideia de revezamento de continentes para sediar a Copa do Mundo."

(É verdade que a Colômbia rapidamente rompeu com a Confederação e até lançou uma candidatura separada, mas nunca chegou a alimentar sérias esperanças. Ela estava apenas se protegendo contra a vizinha e rival Venezuela, que estava investindo pesado em estádios à época para sediar a Copa América de 2007. O real objetivo da Colômbia – que foi alcançado – era superar a Venezuela na disputa para sediar o Mundial Sub-20 de 2011).

Mas não dá para escapar da verdade: o Brasil sabia que iria sediar a Copa do Mundo de 2014 desde março de 2003. Não havia nenhuma tensão dramática quando, quatro anos e meio depois, a palavra "Brazil" saiu do envelope. Isso simplesmente confirmou o que todos já sabiam. Então por que outubro de 2007 foi tratado, não apenas pela mídia brasileira, como o ponto de partida?

Se tivesse havido uma disputa competitiva pela Copa de 2014, os países candidatos teriam que apresentar propostas. Uma das primeiras coisas que eles teriam quem fazer seria identificar as cidades-sede. Seria um princípio básico, necessário apenas para entrar na briga.

Mas nenhum outro país estava na briga com o Brasil. A disciplina da competição, então, acabou não existindo e abriu espaço para alguns velhos vícios brasileiros; muita politicagem nos bastidores, muita esperteza e pouco progresso. De fato, a consequência da experiência brasileira foi o fim da ideia de revezamento de continentes para sediar a Copa do Mundo.

Nenhuma decisão definitiva sobre as cidades-sede foi tomada até o fim de maio de 2009. Anos foram jogados fora. E uma vez que você fica atrás do relógio, os princípios básicos começam a valer; o custo do que você pode fazer aumenta. A escala do que você pode fazer diminui. E muitos estádios estão atrasados, com o orçamento estourado, enquanto inúmeros projetos de mobilidade urbana, a principal área que iria beneficiar realmente a sociedade, ainda não saíram do papel ou sequer têm chances de ficarem prontas a tempo.

Os estádios são bastante impressionantes. Ainda em 2007, o medo era que eles se tornassem Engenhões, versões maiores do estádio construído no Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos de 2007 que custou caro e nasceu obsoleto. Em vez disso, deixando de lado por um minuto a questão dos preços dos ingressos, os estádios são grandiosamente modernos. Eu não voltei lá depois da Copa das Confederações, mas achei a Fonte Nova, em Salvador, um lugar maravilhoso para se apreciar o futebol.


Os protestos contra a realização da Copa foram retomados no dia 25 de janeiro

Em termos políticos, porém, o fato de os estádios serem impressionantes cria um problema. Isso ficou implícito – e em muitas vezes explícito – na mensagem dos protestos que estouraram em junho e julho do ano passado; se os estados brasileiros foram capazes de construir essas arenas, então por que seriam incapazes de entregar os serviços públicos no chamado "padrão Fifa"?

O pentacampeão em 2002, Rivaldo, disse outro dia que "o Brasil vai passar vergonha na Copa". Não vejo exatamente assim, embora imagino que haverá problemas e que já ficou claro que o evento não vai cumprir seu potencial para a sociedade brasileira.

Mas a "vergonha" é de quem? Do frentista ou da recepcionista que moram na periferia de uma grande cidade, acordando às 4 da manhã todo dia para chegar ao trabalho? Por que eles deveriam se sentir envergonhados? Eles não tiveram qualquer participação no processo. Não houve nenhum debate público no Brasil sobre os objetivos da Copa do Mundo, sobre quanto a sociedade estava disposta a gastar e o que queria em troca. Por anos, não havia sequer um lugar no Comitê Organizador Local para representantes eleitores pela sociedade (o que, por sinal, é um contraste gritante com a Copa da África do Sul, onde havia um envolvimento generalizado no governo). As pessoas não são porta-vozes das suas nações ou responsáveis por ações da classe dominante.

Infelizmente, todos os atrasos que afetaram a Copa do Mundo de 2014 eram previsíveis. O que não era nem um pouco previsível foi a reação do povo durante a Copa das Confederações, saindo às ruas em centenas, milhares, desafiando a noção que os brasileiros tinham – tinham, no passado – deles mesmos de ser um povo tão passivo a ponto de ser idiota.

O país estava mudando bem em frente aos nossos olhos. O Brasil que existia até maio de 2013 se foi para sempre. Ainda não está claro aonde isso vai nos levar em julho de 2014. Mas aqueles envolvidos na luta positiva para formar uma nova nação não estão passando vergonha. Estão passando para o mundo a visão de um Brasil alternativo, um Brasil mais justo e mais competente.