quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

MONITORAMENTO POR IMAGEM

ZERO HORA 19 de dezembro de 2013 | N° 17649


COPA DE 2014. Estado recebe veículos para monitoramento por imagem na Copa


Dois centros móveis de monitoramento e uma plataforma de observação com câmeras, adquiridas para policiamento na Copa de 2014, foram apresentados ontem à tarde no Palácio Piratini. Os centros contam com monitores e interligação aos sistemas da Secretaria da Segurança Pública, e a plataforma capta e transmite imagens em alta definição para a central de comando e controle do governo estadual.

Os equipamentos, que incluem um imageador aéreo – câmera acoplada aos helicópteros da polícia –, já estão sendo testados. Até segunda-feira, outras duas plataformas chegarão à Capital. O investimento, do governo federal, é de R$ 10,2 milhões.

As estruturas serão utilizadas pelas polícias Civil e Militar durante e depois do Mundial, em casos como monitoramento de assalto com reféns, perseguição a fugitivos e policiamento de multidões em grandes eventos. Outra possibilidade das novas tecnologias é patrulhar regiões com maior incidência de crimes.

Todas as 12 cidades-sede da Copa receberam os investimentos nessas estruturas físicas para a segurança no evento. No Estado, o objetivo é que essa estrutura continue sendo utilizada ao máximo – se possível, diariamente, garante o coronel Antônio Scussel, diretor do Departamento de Comando e Controle Integrado.

– O foco não é só o evento. Os investimentos se justificam mais para o pós-Copa – afirma.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

UM BANHO DE BRASIL PARA A FIFA

Joseph Blatter quer ajuda divina para estádios brasileiros ficarem prontos Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Com caviar, batedores e descortesias, o doutor Joseph Blatter constrói uma encrenca para a Copa de junho

ELIO GASPARI
O GLOBO Publicado:11/12/13 - 0h00




Joseph Blatter, presidente da Fifa, pensa que é um chefe de Estado e leva uma vida de magnata. Viaja no avião da entidade, é recebido por presidentes de agenda porosa, atravessa algumas cidades precedido por batedores e durante os jogos de futebol fica em camarotes de VIPs onde garçons servem champanhe e caviar. (Na abertura da Copa das Confederações, felizmente, a doutora Dilma reclamou do mimo.)

A Fifa não é um Estado, e, se fosse, com sua crônica de propinas, estaria entre as cleptocracias da segunda divisão. Para os brasileiros, há a lembrança do ocaso de João Havelange, que dirigiu a instituição de 1974 a 1998, quando se tornou seu presidente honorário. Renunciou em abril, na esteira de um escândalo. A Fifa é uma organização de cartolas, e a Copa do Mundo tornou-se um empreendimento que move bilhões de dólares. Durante as manifestações de junho, a imprensa internacional lembrou o fato de que a competição será realizada num país onde multidões protestavam contra o preço das tarifas de transportes públicos enquanto a entidade anunciava que entre os patrocinadores do evento estará o champagne Taittinger (US$ 100 a garrafa).

A Fifa mudou o horário de sete jogos da Copa, atendendo a pedidos dos patrocinadores e das emissoras, interessadas em transmitir os jogos ao vivo. Jogo jogado, pois essa possibilidade estava prevista. As pessoas que compraram ingressos para os velhos horários e por algum motivo quiserem desistir perderão pelo menos 10% do valor pago. Ou seja, o sujeito marcou uma consulta no dentista, pagou adiantado, o doutor mudou o horário, e ele perderá 10% do preço da visita se quiser cancelá-la. Pouco custaria à Fifa livrar a clientela dessa tunga, até porque serão poucas as desistências.

Quando a burocracia dos cartolas baixa no Brasil com tamanha desconsideração, cria antipatias desnecessárias. Blatter vende ingressos para uma população que o vê passando na rua com batedores (no Rio já chegaram a fechar as transversais da Avenida Atlântica para que ele tivesse pista livre). Os ingressos para os jogos terão preços salgados, as companhias aéreas e os hotéis estão de olho no bolso da galera. Além disso, o evento colocará nas ruas milhares de policiais com o treinamento e os modos que mostraram em junho.

Esses problemas são parte da vida nacional, não é preciso agravá-los. Blatter deveria vir ao Brasil por três dias, para viver como uma pessoa comum. Descobriria que o amigo que o hospeda no Rio ou em São Paulo paga mais IPTU do que ele na Suíça. Descobriria também que, enquanto paga o equivalente a R$ 100 por ano para andar quantas vezes quiser em todas as autoestradas do seu país, aqui pagará R$ 40 por um só percurso do Rio a São Paulo, com direito a engarrafamento. Quando um brasileiro desce no aeroporto, rala na Alfândega. Ele, não. Sendo suíço, verá que Pindorama é o único país do mundo onde a fila dos nativos para o exame de passaportes é maior que a dos estrangeiros.

Quando um pedaço do Itaquerão desabou, Blatter pediu a “Deus e Alá” que garantam a entrega das arenas a tempo. Se os brasileiros se aborrecerem durante a Copa, o doutor não deverá invocar seus nomes em vão.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O QUE ACONTECEU COM A COPA DO MUNDO?

JORNAL DO COMÉRCIO 09/12/2013


Rogério Severo e Thiago Regal da Silva


A execução de um megaprojeto como a Copa do Mundo é um desafio de proporções enormes em qualquer país. Por isso, boa vontade não basta, é preciso fazer uma boa gestão. Não se trata apenas de modernizar ou construir novos estádios de futebol, é preciso haver uma grande sinergia entre ações privadas e governamentais em diversas áreas. Por isso, deve-se tratar o tema sistematicamente e usar metodologias e boas práticas de gestão. No Brasil, a realidade é outra. A seis meses da Copa de 2014, cerca de quatro dos 53 projetos de mobilidade urbana das 12 cidades-sede estão concluídos. De acordo com o plano inicial do governo, os projetos deveriam ter sido entregues ainda no fim de 2012.

Deve-se entender que projetos não são apenas um conjunto de desenhos técnicos, de orçamentos e de cronogramas. Empreendimentos e obras desse tipo possuem um grande número de incertezas que precisam ser acompanhadas de forma sistemática, não somente pelos órgãos de controle, mas pela população. Em muitos países, megaprojetos como esse são tratados por equipes, leis e secretarias específicas, com a existência de um escritório central de projetos. Percebe-se, no entanto, que as decisões ficam relegadas aos órgãos de administração, que isoladamente definem como e quais boas práticas de gestão devem ser utilizadas. Como as ações encontram-se interligadas, o mal planejamento de uma etapa afetará todas as demais. No setor público, as boas práticas do gerenciamento de projetos ainda são pouco incorporadas. 

Por isso, devemos investir na mudança de cultura para planejar, executar, reportar e agir gerando ciclos de melhoria contínua, ou nossos projetos futuros poderão ter andamentos similares ao que temos hoje. Os resultados podem ser melhorados se algumas práticas da norma de gerenciamento de projetos forem incorporadas. Para que isso aconteça, é preciso quebrar paradigmas, inserindo a exigência do uso de boas práticas também nos editais que geram os projetos na área pública.

Engenheiros

domingo, 8 de dezembro de 2013

FILAS, TRANSTORNOS E ATRASO EM MAIS DE 300 VOOS

ZERO HORA 08/12/2013 | 00h45

Após aeroportos registrarem atraso em mais de 300 voos, Gol é autuada por falta de assistência a passageiros. Filas e transtornos nos terminais foram verificados por causa de temporais ainda na noite de quinta-feira



Num dia marcado por filas nos aeroportos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) registrou mais de 300 voos com atraso em todo o país durante o sábado. Segundo o balanço mais recente da companhia, divulgado às 18h, 343 dos 1.707 voos previstos partiram mais de 30 minutos depois do horário. Em termos percentuais, os atrasos representaram 20,1% dos embarques.

Os aeroportos com maior volume de atrasos são os de Cumbica (SP), com 54 casos; Brasília (44); Congonhas (SP), com 40 atrasos; Salvador (33) e de Confins (MG), com 17 registros. Houve ainda 90 casos de cancelamento em todo o país, que equivalem a 5,3% das partidas programadas.

Os atrasos são reflexo dos temporais da noite de quinta-feira que afetaram diversas partes do país, principalmente os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A suspensão dos pousos e decolagens nos aeroportos da região provocou um efeito dominó que afetou diversos terminais pelo país no sábado.

Os problemas concentraram-se na Gol, que sozinha respondia por 256 (74,6%) atrasos até as 18h. Em nota, a empresa informou que a suspensão dos voos na noite de quinta-feira diminuiu o número de funcionários disponíveis no sábado porque algumas tripulações tiveram a jornada de trabalho afetada. De acordo com a empresa, a companhia teve de respeitar os limites legais da carga horária da categoria.

Os atrasos fizeram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autuar a Gol na tarde de sábado. A multa para a companhia poderá ir de R$ 4 mil a R$ 10 mil por desrespeitar as normas de comunicação de atrasos e cancelamentos de voos e de prestação de assistência aos passageiros em caso de atrasos muito longos.

A Anac notificou a TAM pelo mesmo problema, ocorrido na sexta-feira no aeroporto de Guarulhos (SP). A empresa aérea terá 10 dias para provar o cumprimento das regras de fornecimento de alimentação, traslado, acomodação e hospedagem para não ser multada.

AGÊNCIA BRASIL

TREINAMENTO DE SEGURANÇA TEM SIMULAÇÃO NO TRENSURB DE POA

ZERO HORA 07/12/2013 | 21h10

Treinamento de segurança para a Copa tem simulação de sequestro em estação do trensurb, em Porto Alegre. Cerca de 100 integrantes das forças policiais do Estado participaram do simulado na tarde deste sábado



Foto: Félix Zucco / Agencia RBS


Cerca de 100 integrantes das forças policiais do Estado realizaram um simulado de segurança na tarde deste sábado, em Porto Alegre. Na Estação Anchieta do trensurb, a simulação de assalto, reféns, pessoas feridas e uma longa negociação com os criminosos foi realizada como parte das preparações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para a Copa do Mundo de 2014.

– Foi um treinamento de 2h15min, em que cada profissional atuou dentro da função tática é técnica onde tivemos muito êxito, claro que ocorreram algumas falhas, alguns erros que eram previsíveis, pois se um treinamento sai 100% ele não cumpre seu papel – resumiu o major Iremar Charopen, capitão do Corpo de Bombeiros e coordenador operacional do exercício.


Simulação envolveu Bombeiros, Polícia Civil e Brigada Militar (Foto: Félix Zucco)

Na simulação de sequestro, com atuação do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Brigada Militar, foi avaliado também o trabalho do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Três destes centros atuarão durante a Copa, um na sede da SSP, que terá contato com todo o País, um no Beira-Rio e um móvel, que circulará por toda a cidade.

Essa é a terceira simulação realizada em preparação da Copa, e outros exercícios devem ocorrer antes da competição, incluindo dois grandes simulados no estádio do Internacional, palco dos jogos da Copa no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A REALIDADE DA COPA

ZERO HORA 06 de dezembro de 2013 | N° 17636


EDITORIAIS



O atraso nas obras da Copa fica em segundo plano a partir de hoje, quando se realiza o sorteio dos grupos das equipes que disputarão o Mundial e o futebol assume o protagonismo da competição. A segunda Copa brasileira tem proporcionado ao país uma experiência importante na organização de um grande evento internacional e no exercício da cidadania. Poucas vezes, como está ocorrendo agora, a opinião pública acompanhou com tanta atenção as ações de seus dirigentes políticos, que assinaram o acordo com a Fifa para trazer a competição ao país e comandam os investimentos nos estádios e nas obras de infraestrutura.

É natural que a euforia com a Copa conviva com dúvidas e críticas, mesmo que em minoria, ao pesado envolvimento financeiro do setor público. Foi assim em todos os países que já realizaram eventos desse porte. Ninguém espera que um acontecimento que mexe com paixões e também com a racionalidade de quem, direta ou indiretamente, o sustenta, conquiste unanimidade. Assim como é falso supor que uma Copa ou uma Olimpíada, em qualquer lugar do mundo, possam se viabilizar sem a participação dos governos.

Mesmo que ainda persistam interrogações sobre os reais benefícios da Copa, e não só para o esporte, mas para todos, já não há mais margem para hesitações sobre a sua rea- lização. O que o Brasil precisa agora é reafirmar, com a aceleração do ritmo das obras, a convicção de que a Copa inspira outros investimentos, dissemina a geração de empregos e propicia a execução de projetos que não prosperariam sem a sua realização. O importante é que a Copa deixa legados. Mas o impacto econômico do Mundial será completo se observado ao lado de seus benefícios sociais, em especial nas melhorias em mobilidade e na urbanização das grandes cidades.

É no conjunto das avaliações que devem ser vistos também os protestos de rua de junho e as manifestações permanentes nas redes sociais, com questionamentos sobre os mais variados aspectos da Copa. São atitudes que contribuem para o exercício da cidadania e das discordâncias, o aprimoramento de controles e a maior transparência no uso de recursos públicos. Há muito ainda a fazer. Sorteados os grupos, a torcida agora deve ultrapassar os limites do futebol. Que em 2014 os brasileiros sejam os grandes vitoriosos, com o fortalecimento da autoestima e da imagem do país no Exterior.

GOL CONTRA



ZERO HORA 06 de dezembro de 2013 | N° 17636

WIANEY CARLET


Houve uma época em que dissidentes políticos fugiam para o Exterior e nos países que os acolhiam dedicavam-se a expor as mazelas brasileiras com tanto vigor que ainda hoje sobrevive uma imagem distorcida do Brasil. Os tempos mudaram. O evento da globalização suprimiu fronteiras, construiu uma imensa vizinhança entre os países e, consequência, nada acontece no mais distante rincão do planeta sem que o mundo tome conhecimento.

As manifestações populares e criminosas promovidas no Brasil durante a Copa das Confederações semearam preocupações que hoje predominam entre os estrangeiros que estão no país para o sorteio dos jogos, na costa da Bahia. Sobre nada se fala mais do que a violência, desnecessariamente exposta durante a competição internacional.

As manifestações – democráticas, republicanas – visavam sensibilizar os governantes brasileiros para problemas sociais que exigem solução. Mas, ao procurar os estádios onde se realizavam jogos pela Copa das Confederações, não buscavam os manifestantes outra coisa que não fosse dizer ao mundo que o Brasil tem problemas, desigualdades e que havia disposição de assustar e até agredir estrangeiros, mesmo que o mundo nada tivesse a ver com as nossas dificuldades. Estragaram a imagem do país sem qualquer objetivo.

Agora, espalha-se pelo mundo o temor de visitar o Brasil durante a Copa de 2014. O que ganhamos com isso?


sábado, 30 de novembro de 2013

A DIVIDIDA DA FIFA

REVISTA ISTO É N° Edição: 2298 | 29.Nov.13

Como o acidente no Itaquerão e a discussão sobre a mudança do horário dos jogos marcados para as 13h podem tirar parte do brilho da festa do sorteio das chaves na Copa

Rodrigo Cardoso

O sorteio das chaves da Copa do Mundo, na sexta-feira 6, na Costa do Sauípe, deve esquentar o clima no País nesta reta final antes do início do torneio. Um acidente ocorrido na quarta-feira 28 na Arena Corinthians fará com que os cartolas da Fifa, durante a estadia na caliente Bahia de todos os santos, deixem o clima de festa de lado para se debruçarem sobre um assunto espinhoso. Na ocasião, a entidade terá de revalidar a abertura do Mundial no Itaquerão, cuja conclusão das obras sofrerá um atraso de cerca de três meses, depois que um guindaste que içava o último módulo da estrutura de cobertura se partiu e derrubou a peça de 420 toneladas sobre a fachada do estádio. Dois funcionários morreram no local.


ESPANTO
O estrago feito pelo acidente que danificou a fachada
da Arena Corinthians e matou dois operários

Não há como adiar essa decisão, já que, com o sorteio em Sauípe, serão definidas as cidades onde as seleções irão jogar e, claro, as que forem direcionadas para a sede de São Paulo têm de saber em qual campo irão atuar. Seis partidas estão programadas para acontecer na nova casa do Corinthians. A situação da Arena preocupa. Apesar de apenas 5% do estádio ter sido interditado pela Defesa Civil para que seja feita uma perícia, o Ministério Público paulista pode pedir a paralisação total das obras. Não se sabe se o acidente ocorreu por algum problema técnico do guindaste, por falha humana ou porque o solo cedeu enquanto a peça era içada. Presente no estádio no momento do acidente, Andrés Sánchez, ex-presidente do Corinthians, acredita que uma fatalidade explica o ocorrido. Um dia depois da tragédia, os nove guindastes da obra do Itaquerão foram interditados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. “A obra vai atrasar, com certeza. A data Fifa não me interessa, quero saber da segurança da operação”, disse Antônio Pereira do Nascimento, coordenador do Programa de Construção Civil, em São Paulo, do MP.


PORTA-VOZ
Presente no estádio no momento do acidente, Andrés Sánchez,
ex-presidente do Corinthians, diz que o acidente foi uma fatalidade

Se a perícia, que pode levar 30 dias, for ágil e não complicar a situação do Corinthians comprovando que o acidente não causou danos estruturais ao prédio, tudo leva a crer que a conclusão do estádio, que deveria ocorrer este mês, ficará para fevereiro ou março. Para o arquiteto Eduardo de Castro Mello, responsável pelo projeto do estádio Mané Garrincha, em Brasília, trata-se de uma expectativa muito otimista, considerando-se os problemas de logística que a Odebrecht, a empresa responsável pela construção do Itaquerão, irá enfrentar. “Fabricar outra estrutura como aquela, transportá-la para a obra e trazer outra grua para substituir a que quebrou e era a única no Brasil não é tão simples. E, em fim de ano, complica mais ainda”, afirma ele. “A gente torce para que seja feito um milagre e tudo se resolva.”

Acidentes seguidos de mortes também foram registrados em duas outras arenas da Copa, em Brasília e Manaus, onde uma pessoa morreu em cada uma delas. A proximidade do início do Mundial e a falta de um plano B da Fifa para São Paulo deverão forçar a entidade a mudar o cronograma e esperar a conclusão do Itaquerão. Pesa ainda o fato de a entidade ter marcado para São Paulo, em junho de 2014, o seu congresso anual. A rede hoteleira da capital paulista é considerada pelos cartolas a única capaz de receber os representantes de 209 associações que aqui estarão para o evento.


PREOCUPAÇÃO
O homem forte da Fifa, Joseph Blatter, não terá vida tranquila, no Brasil,
durante a semana do sorteio dos grupos da Copa: assuntos espinhosos em pauta

Outro tema que a Fifa irá tratar a portas fechadas na Bahia, longe do clima de festa, será a pressão para mudar o horário de 24 dos 64 jogos marcados para as 13h. “Simulamos recentemente quatro partidas começando às 13h em quatro cidades e instalamos chips que mediram por telemetria a temperatura do corpo nos 11 jogadores de um dos times”, conta Rinaldo Martorelli, presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol. “Provamos cientificamente que há riscos para a saúde dos atletas e fui até a Fifa entregar o documento de 25 páginas.” Já na Copa das Confederações, realizada em meados de junho, jogadores das Seleções da Espanha e da Itália reclamaram publicamente do calor durante as partidas.

O Comitê Organizador Local (COL) confirmou que os cartolas vão se reunir, antes do sorteio, para decidir sobre esse tema também. “A saúde dos atletas tem de estar em primeiro lugar. Mas marcam-se jogos às 13h por causa da tevê, que é quem mais injeta dinheiro na Copa”, diz Carlos Alberto Parreira, coordenador-técnico da Seleção, favorável à disputa de partidas a partir das 16h. Esse é outro embate que promete. “A cada 1% de peso perdido por causa da desidratação o rendimento do atleta cai 5%”, explica o fisiologista Turíbio Leite Barros Neto, do instituto Vita. Apesar do sorteio dos grupos, como se vê, o clima ainda não está para festa.



Fotos: EDUARDO VIANA/AFP PHOTO/LANCEPRESS; EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO; Enrique De La Osa/REUTERS

ESTRATÉGIAS PARA O ANO DA COPA

O SUL Porto Alegre, Sábado, 30 de Novembro de 2013.



WANDERLEY SOARES

Acordos dão frágil sustentação para os projetos da segurança pública



Não obstante os eufemismos dos discursos oficiais que mascaram, sem muito sucesso, o fato de que a segurança pública não tem condições de andar com as suas próprias pernas, o quadro deverá merecer, por muito tempo, atenção especial. Isto é o que faço, como um humilde marquês, aqui de minha torre, sem a pretensão de esgotar o tema, o que é, por ora, impossível. Hoje, entre outros dispositivos, a pasta da segurança busca se apoiar nas prefeituras para manter um projeto de policiamento ostensivo-preventivo dito permanente em áreas de grande risco, tanto na Capital como no interior. As prefeituras, por sua vez, chamadas a pagar o aluguel de casas para brigadianos, estão sem dinheiro para pagar o 13 salário de seus servidores. Fatalmente, o projeto de policiamento será parcial e o que vier a ser executado não tem perspectiva de continuidade. Sigam-me.


Acordos



Estes pedidos de ajuda, velados ou diretos, mudam de nome e funcionam durante algum tempo, mas a tendência é a de que não se solidifiquem. Houve o período dos Consepros (Conselhos pró-segurança) que funcionavam em alguns municípios do interior e em bairros da Capital e Região Metropolitana. Delegacias eram reformadas e reequipadas, combustível não faltava, tanto a Brigada como a Polícia Civil ganhavam esta cobertura. Mas em pouco tempo não se sabia se quem mandava nos órgãos policiais, se eram os funcionários da segurança pública ou os empresários que, tinham, evidentemente, tratamento privilegiado em suas áreas de negócios. Hoje, não sem raridade, há ainda acordos com empresários e, especialmente, com oficinas mecânicas. Paralelamente a isso, há a questão dos bicos cuja discussão chega a ser um tabu na cúpula das organizações policiais. Nesta moldura estão em elaboração as estratégias da segurança pública para o ano da Copa.


Taurus com nova credencial


A Forjas Taurus foi credenciada, quinta-feira última, como EED (Empresa Estratégica de Defesa) em cerimônia realizada em Brasília, pelo Ministério da Defesa. A Taurus postulava este título que lhe permitirá integrar o seleto grupo que têm direito ao Retid (Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa), programa que vai estimular o Setor de Defesa e Segurança brasileiro. Na prática, isso quer dizer que a Taurus terá direito a reduções de alíquotas de impostos e está credenciada a participar do Programa de Reaparelhamento das Forças Armadas, que irá reequipar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica nos próximos anos. Esse credenciamento permite à Taurus trazer parte desta verba para a economia do Estado.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

MARACANÃ: FESTIVAL DE ERROS NA FINAL DA COPA DO BRASIL.

ESTA NOTÍCIA É PREMONIÇÃO...ALERTA AOS ESTRATEGISTAS...

Um festival de erros na final da Copa do Brasil. Maracanã teve falhas no acesso, tentativas de invasão. E até risco de acidentes e superlotação na quarta-feira. Torcedores do Flamengo reclamaram de incidentes


CARLOS EDUARDO MANSUR 
O GLOBO
Publicado:29/11/13 - 7h30


Torcida do Flamengo faz festa na final contra o Atlético-PR Pedro Kirilos / O Globo


RIO - Faltavam 20 minutos para o início de Flamengo x Atlético-PR. Por ordem do comandante do Grupamento Especial de Policiamento de Estados (Gepe), da Polícia Militar, João Fiorentini, o Portão E do Maracanã foi aberto. O objetivo dele era evitar uma confusão que poderia deixar feridos. Pessoas corriam risco de esmagamento diante da enorme aglomeração na entrada do Setor Norte.

— Virou uma avalanche. Ou abriam o portão, ou quem estava na frente seria pisoteado. Entrei com meu ingresso no bolso. Tinha zero de controle — relata a torcedora Bianca de Carvalho.


Fiorentini confirma que determinou a abertura dos portões. E que, diante da superlotação em alguns setores, ordenou o fechamento do estádio aos 30 minutos de jogo, quando o previsto era no intervalo. Ele admite que, com a abertura do Portão E, muita gente sem ingresso entrou no Maracanã. E que, após o fechamento, torcedores com ingresso ficaram fora.

— As pessoas estavam sendo massacradas. Determinei a abertura. Pode ter entrado gente sem ingresso. Quem chegou após o fechamento dos portões e tinha ingresso, orientamos a buscar órgãos competentes, processar o clube — disse o comandante, que cogitou fechar os portões no início do jogo.

Fiorentini vê uma sucessão de erros, a começar pelo sistema de acesso de sócios-torcedores. Esses podem usar seus cartões de associados ou trocar por um ingresso de papel. Ele relata que a leitura dos cartões na roleta tem tido falhas, jogo após jogo. Muitos se munem de um comprovante de compra impresso na internet. Assim, o tempo de passagem pela catraca aumenta e se cria aglomeração no portão.

— Esta conferência leva tempo. Num momento, na catraca, estão se resolvendo só problemas individuais. O sistema é lento, às vezes precisa de várias tentativas para ler o cartão. Se não for resolvido, isso vai se repetir — alerta Fiorentini. — Não se vende bebida alcoólica no estádio, os preços na lanchonete são altos. Não há atrativo para o torcedor entrar cedo. Cria-se a aglomeração. E a lei de gratuidades não estabelece limite. O torcedor chega com o filho, as gratuidades se esgotaram, mas ele se recusa a ir embora. Os problemas não são criados pela PM.

dentro, mais desordem

O Flamengo diz que não há problemas em seu sistema de acesso, e credita o incidente à falta de controle da PM na área externa. A concessionária que administra o Maracanã diz ter havido tentativa de invasão pelo Portão E. Culpa, também, o grande afluxo de torcedores pouco antes do jogo e “tentativa intensa de uso de ingressos falsificados”.

Mas a desordem no Maracanã não se limitou ao incidente na entrada. No Setor Leste, não havia cadeiras disponíveis. E os corredores de circulação estavam tomados de gente. Ou seja, havia aparente superlotação ali. A concessionária nega a superlotação, afirma que havia cadeiras vazias nos setores em questão e que o público foi inferior à capacidade do estádio.

Na área externa do estádio, houve relatos de roubos de ingressos. Até a área das cativas foi cenário de desordem. Com a lotação da tribuna destinada aos jornalistas, muitos trabalharam das escadas, nos corredores de circulação.