quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

MONITORAMENTO POR IMAGEM

ZERO HORA 19 de dezembro de 2013 | N° 17649


COPA DE 2014. Estado recebe veículos para monitoramento por imagem na Copa


Dois centros móveis de monitoramento e uma plataforma de observação com câmeras, adquiridas para policiamento na Copa de 2014, foram apresentados ontem à tarde no Palácio Piratini. Os centros contam com monitores e interligação aos sistemas da Secretaria da Segurança Pública, e a plataforma capta e transmite imagens em alta definição para a central de comando e controle do governo estadual.

Os equipamentos, que incluem um imageador aéreo – câmera acoplada aos helicópteros da polícia –, já estão sendo testados. Até segunda-feira, outras duas plataformas chegarão à Capital. O investimento, do governo federal, é de R$ 10,2 milhões.

As estruturas serão utilizadas pelas polícias Civil e Militar durante e depois do Mundial, em casos como monitoramento de assalto com reféns, perseguição a fugitivos e policiamento de multidões em grandes eventos. Outra possibilidade das novas tecnologias é patrulhar regiões com maior incidência de crimes.

Todas as 12 cidades-sede da Copa receberam os investimentos nessas estruturas físicas para a segurança no evento. No Estado, o objetivo é que essa estrutura continue sendo utilizada ao máximo – se possível, diariamente, garante o coronel Antônio Scussel, diretor do Departamento de Comando e Controle Integrado.

– O foco não é só o evento. Os investimentos se justificam mais para o pós-Copa – afirma.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

UM BANHO DE BRASIL PARA A FIFA

Joseph Blatter quer ajuda divina para estádios brasileiros ficarem prontos Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Com caviar, batedores e descortesias, o doutor Joseph Blatter constrói uma encrenca para a Copa de junho

ELIO GASPARI
O GLOBO Publicado:11/12/13 - 0h00




Joseph Blatter, presidente da Fifa, pensa que é um chefe de Estado e leva uma vida de magnata. Viaja no avião da entidade, é recebido por presidentes de agenda porosa, atravessa algumas cidades precedido por batedores e durante os jogos de futebol fica em camarotes de VIPs onde garçons servem champanhe e caviar. (Na abertura da Copa das Confederações, felizmente, a doutora Dilma reclamou do mimo.)

A Fifa não é um Estado, e, se fosse, com sua crônica de propinas, estaria entre as cleptocracias da segunda divisão. Para os brasileiros, há a lembrança do ocaso de João Havelange, que dirigiu a instituição de 1974 a 1998, quando se tornou seu presidente honorário. Renunciou em abril, na esteira de um escândalo. A Fifa é uma organização de cartolas, e a Copa do Mundo tornou-se um empreendimento que move bilhões de dólares. Durante as manifestações de junho, a imprensa internacional lembrou o fato de que a competição será realizada num país onde multidões protestavam contra o preço das tarifas de transportes públicos enquanto a entidade anunciava que entre os patrocinadores do evento estará o champagne Taittinger (US$ 100 a garrafa).

A Fifa mudou o horário de sete jogos da Copa, atendendo a pedidos dos patrocinadores e das emissoras, interessadas em transmitir os jogos ao vivo. Jogo jogado, pois essa possibilidade estava prevista. As pessoas que compraram ingressos para os velhos horários e por algum motivo quiserem desistir perderão pelo menos 10% do valor pago. Ou seja, o sujeito marcou uma consulta no dentista, pagou adiantado, o doutor mudou o horário, e ele perderá 10% do preço da visita se quiser cancelá-la. Pouco custaria à Fifa livrar a clientela dessa tunga, até porque serão poucas as desistências.

Quando a burocracia dos cartolas baixa no Brasil com tamanha desconsideração, cria antipatias desnecessárias. Blatter vende ingressos para uma população que o vê passando na rua com batedores (no Rio já chegaram a fechar as transversais da Avenida Atlântica para que ele tivesse pista livre). Os ingressos para os jogos terão preços salgados, as companhias aéreas e os hotéis estão de olho no bolso da galera. Além disso, o evento colocará nas ruas milhares de policiais com o treinamento e os modos que mostraram em junho.

Esses problemas são parte da vida nacional, não é preciso agravá-los. Blatter deveria vir ao Brasil por três dias, para viver como uma pessoa comum. Descobriria que o amigo que o hospeda no Rio ou em São Paulo paga mais IPTU do que ele na Suíça. Descobriria também que, enquanto paga o equivalente a R$ 100 por ano para andar quantas vezes quiser em todas as autoestradas do seu país, aqui pagará R$ 40 por um só percurso do Rio a São Paulo, com direito a engarrafamento. Quando um brasileiro desce no aeroporto, rala na Alfândega. Ele, não. Sendo suíço, verá que Pindorama é o único país do mundo onde a fila dos nativos para o exame de passaportes é maior que a dos estrangeiros.

Quando um pedaço do Itaquerão desabou, Blatter pediu a “Deus e Alá” que garantam a entrega das arenas a tempo. Se os brasileiros se aborrecerem durante a Copa, o doutor não deverá invocar seus nomes em vão.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O QUE ACONTECEU COM A COPA DO MUNDO?

JORNAL DO COMÉRCIO 09/12/2013


Rogério Severo e Thiago Regal da Silva


A execução de um megaprojeto como a Copa do Mundo é um desafio de proporções enormes em qualquer país. Por isso, boa vontade não basta, é preciso fazer uma boa gestão. Não se trata apenas de modernizar ou construir novos estádios de futebol, é preciso haver uma grande sinergia entre ações privadas e governamentais em diversas áreas. Por isso, deve-se tratar o tema sistematicamente e usar metodologias e boas práticas de gestão. No Brasil, a realidade é outra. A seis meses da Copa de 2014, cerca de quatro dos 53 projetos de mobilidade urbana das 12 cidades-sede estão concluídos. De acordo com o plano inicial do governo, os projetos deveriam ter sido entregues ainda no fim de 2012.

Deve-se entender que projetos não são apenas um conjunto de desenhos técnicos, de orçamentos e de cronogramas. Empreendimentos e obras desse tipo possuem um grande número de incertezas que precisam ser acompanhadas de forma sistemática, não somente pelos órgãos de controle, mas pela população. Em muitos países, megaprojetos como esse são tratados por equipes, leis e secretarias específicas, com a existência de um escritório central de projetos. Percebe-se, no entanto, que as decisões ficam relegadas aos órgãos de administração, que isoladamente definem como e quais boas práticas de gestão devem ser utilizadas. Como as ações encontram-se interligadas, o mal planejamento de uma etapa afetará todas as demais. No setor público, as boas práticas do gerenciamento de projetos ainda são pouco incorporadas. 

Por isso, devemos investir na mudança de cultura para planejar, executar, reportar e agir gerando ciclos de melhoria contínua, ou nossos projetos futuros poderão ter andamentos similares ao que temos hoje. Os resultados podem ser melhorados se algumas práticas da norma de gerenciamento de projetos forem incorporadas. Para que isso aconteça, é preciso quebrar paradigmas, inserindo a exigência do uso de boas práticas também nos editais que geram os projetos na área pública.

Engenheiros

domingo, 8 de dezembro de 2013

FILAS, TRANSTORNOS E ATRASO EM MAIS DE 300 VOOS

ZERO HORA 08/12/2013 | 00h45

Após aeroportos registrarem atraso em mais de 300 voos, Gol é autuada por falta de assistência a passageiros. Filas e transtornos nos terminais foram verificados por causa de temporais ainda na noite de quinta-feira



Num dia marcado por filas nos aeroportos, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) registrou mais de 300 voos com atraso em todo o país durante o sábado. Segundo o balanço mais recente da companhia, divulgado às 18h, 343 dos 1.707 voos previstos partiram mais de 30 minutos depois do horário. Em termos percentuais, os atrasos representaram 20,1% dos embarques.

Os aeroportos com maior volume de atrasos são os de Cumbica (SP), com 54 casos; Brasília (44); Congonhas (SP), com 40 atrasos; Salvador (33) e de Confins (MG), com 17 registros. Houve ainda 90 casos de cancelamento em todo o país, que equivalem a 5,3% das partidas programadas.

Os atrasos são reflexo dos temporais da noite de quinta-feira que afetaram diversas partes do país, principalmente os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A suspensão dos pousos e decolagens nos aeroportos da região provocou um efeito dominó que afetou diversos terminais pelo país no sábado.

Os problemas concentraram-se na Gol, que sozinha respondia por 256 (74,6%) atrasos até as 18h. Em nota, a empresa informou que a suspensão dos voos na noite de quinta-feira diminuiu o número de funcionários disponíveis no sábado porque algumas tripulações tiveram a jornada de trabalho afetada. De acordo com a empresa, a companhia teve de respeitar os limites legais da carga horária da categoria.

Os atrasos fizeram a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autuar a Gol na tarde de sábado. A multa para a companhia poderá ir de R$ 4 mil a R$ 10 mil por desrespeitar as normas de comunicação de atrasos e cancelamentos de voos e de prestação de assistência aos passageiros em caso de atrasos muito longos.

A Anac notificou a TAM pelo mesmo problema, ocorrido na sexta-feira no aeroporto de Guarulhos (SP). A empresa aérea terá 10 dias para provar o cumprimento das regras de fornecimento de alimentação, traslado, acomodação e hospedagem para não ser multada.

AGÊNCIA BRASIL

TREINAMENTO DE SEGURANÇA TEM SIMULAÇÃO NO TRENSURB DE POA

ZERO HORA 07/12/2013 | 21h10

Treinamento de segurança para a Copa tem simulação de sequestro em estação do trensurb, em Porto Alegre. Cerca de 100 integrantes das forças policiais do Estado participaram do simulado na tarde deste sábado



Foto: Félix Zucco / Agencia RBS


Cerca de 100 integrantes das forças policiais do Estado realizaram um simulado de segurança na tarde deste sábado, em Porto Alegre. Na Estação Anchieta do trensurb, a simulação de assalto, reféns, pessoas feridas e uma longa negociação com os criminosos foi realizada como parte das preparações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para a Copa do Mundo de 2014.

– Foi um treinamento de 2h15min, em que cada profissional atuou dentro da função tática é técnica onde tivemos muito êxito, claro que ocorreram algumas falhas, alguns erros que eram previsíveis, pois se um treinamento sai 100% ele não cumpre seu papel – resumiu o major Iremar Charopen, capitão do Corpo de Bombeiros e coordenador operacional do exercício.


Simulação envolveu Bombeiros, Polícia Civil e Brigada Militar (Foto: Félix Zucco)

Na simulação de sequestro, com atuação do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Brigada Militar, foi avaliado também o trabalho do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Três destes centros atuarão durante a Copa, um na sede da SSP, que terá contato com todo o País, um no Beira-Rio e um móvel, que circulará por toda a cidade.

Essa é a terceira simulação realizada em preparação da Copa, e outros exercícios devem ocorrer antes da competição, incluindo dois grandes simulados no estádio do Internacional, palco dos jogos da Copa no Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A REALIDADE DA COPA

ZERO HORA 06 de dezembro de 2013 | N° 17636


EDITORIAIS



O atraso nas obras da Copa fica em segundo plano a partir de hoje, quando se realiza o sorteio dos grupos das equipes que disputarão o Mundial e o futebol assume o protagonismo da competição. A segunda Copa brasileira tem proporcionado ao país uma experiência importante na organização de um grande evento internacional e no exercício da cidadania. Poucas vezes, como está ocorrendo agora, a opinião pública acompanhou com tanta atenção as ações de seus dirigentes políticos, que assinaram o acordo com a Fifa para trazer a competição ao país e comandam os investimentos nos estádios e nas obras de infraestrutura.

É natural que a euforia com a Copa conviva com dúvidas e críticas, mesmo que em minoria, ao pesado envolvimento financeiro do setor público. Foi assim em todos os países que já realizaram eventos desse porte. Ninguém espera que um acontecimento que mexe com paixões e também com a racionalidade de quem, direta ou indiretamente, o sustenta, conquiste unanimidade. Assim como é falso supor que uma Copa ou uma Olimpíada, em qualquer lugar do mundo, possam se viabilizar sem a participação dos governos.

Mesmo que ainda persistam interrogações sobre os reais benefícios da Copa, e não só para o esporte, mas para todos, já não há mais margem para hesitações sobre a sua rea- lização. O que o Brasil precisa agora é reafirmar, com a aceleração do ritmo das obras, a convicção de que a Copa inspira outros investimentos, dissemina a geração de empregos e propicia a execução de projetos que não prosperariam sem a sua realização. O importante é que a Copa deixa legados. Mas o impacto econômico do Mundial será completo se observado ao lado de seus benefícios sociais, em especial nas melhorias em mobilidade e na urbanização das grandes cidades.

É no conjunto das avaliações que devem ser vistos também os protestos de rua de junho e as manifestações permanentes nas redes sociais, com questionamentos sobre os mais variados aspectos da Copa. São atitudes que contribuem para o exercício da cidadania e das discordâncias, o aprimoramento de controles e a maior transparência no uso de recursos públicos. Há muito ainda a fazer. Sorteados os grupos, a torcida agora deve ultrapassar os limites do futebol. Que em 2014 os brasileiros sejam os grandes vitoriosos, com o fortalecimento da autoestima e da imagem do país no Exterior.

GOL CONTRA



ZERO HORA 06 de dezembro de 2013 | N° 17636

WIANEY CARLET


Houve uma época em que dissidentes políticos fugiam para o Exterior e nos países que os acolhiam dedicavam-se a expor as mazelas brasileiras com tanto vigor que ainda hoje sobrevive uma imagem distorcida do Brasil. Os tempos mudaram. O evento da globalização suprimiu fronteiras, construiu uma imensa vizinhança entre os países e, consequência, nada acontece no mais distante rincão do planeta sem que o mundo tome conhecimento.

As manifestações populares e criminosas promovidas no Brasil durante a Copa das Confederações semearam preocupações que hoje predominam entre os estrangeiros que estão no país para o sorteio dos jogos, na costa da Bahia. Sobre nada se fala mais do que a violência, desnecessariamente exposta durante a competição internacional.

As manifestações – democráticas, republicanas – visavam sensibilizar os governantes brasileiros para problemas sociais que exigem solução. Mas, ao procurar os estádios onde se realizavam jogos pela Copa das Confederações, não buscavam os manifestantes outra coisa que não fosse dizer ao mundo que o Brasil tem problemas, desigualdades e que havia disposição de assustar e até agredir estrangeiros, mesmo que o mundo nada tivesse a ver com as nossas dificuldades. Estragaram a imagem do país sem qualquer objetivo.

Agora, espalha-se pelo mundo o temor de visitar o Brasil durante a Copa de 2014. O que ganhamos com isso?