ZH 11/05/2014 | 22h20
Padrão Fifa. O que deu certo e o que não deu no evento-teste do Beira-Rio. Confira os ítens checados no estádio que é a sede gaúcha na Copa
Estádio passou por teste da Fifa para checar itens necessários para a CopaFoto: Félix Zucco / Agência RBS
O primeiro e único evento-teste do Comitê Organizador Local (COL) da Fifa no Beira-Rio, o estádio da Copa do Mundo em Porto Alegre, mudou um pouco a paisagem de Inter e Atlético-PR. Cerca de 600 pessoas, entre stewards e voluntários, orientavam os torcedores na chegada. Eles próprios estavam em treinamento para a estreia no dia 15 de junho, em França x Honduras, o primeiro dos cinco jogos do Mundial em Porto Alegre. O treinamento in loco terá prosseguimento neste fim de semana, quando o Beira-Rio já não receberá mais jogos e estará entregue à Fifa.
A seguir, os pontos que funcionaram e os que não funcionaram no teste da Fifa no Beira-Rio, além de algumas novidades, que surpreenderam os torcedores:
Stewards
Organizados, 400 stewards (misto de seguranças e orientadores) recebiam os torcedores na entrada dos portões de acesso ao estádio. Munidos de detectores de metais e vestidos com um jaleco laranja e amarelo, fluorescente, eles informavam aos colorados sobre o que poderia ou não ingressar no Beira-Rio.
Dentro do estádio, eles formavam um cenário diferente, sentados na parte interna do campo, de frente para as arquibancadas, prontos para impedir qualquer invasão. Como política de boa vizinhança, ofereceram rosas para as mães coloradas. Também estiveram presentes nas arquibancadas, orientando os torcedores e, principalmente, impedindo que muitos deles ficassem em pé, atrapalhando a visão dos demais.
Voluntários
Cerca de 200 voluntários, homens e mulheres, também compunham o cenário de Copa do Mundo. Com jalecos amarelos e um enorme "i" (de informações) às costas, eles colocavam em prática pela primeira vez o que aprenderam em dois meses de cursos online. Estavam bem equipados, com megafones e rádios para a comunicação. Se destacaram ainda pela educação no trato com o público.
Radinho... não pode
Uma instituição dos gaúchos em estádios de futebol caiu. Com detectores de metais, ao melhor estilo aeroporto, os stewards impediam o acesso de materiais metálicos. E os radinhos de pilha foram proibidos. Celulares e smartphones estavam liberados. Os radinhos, não. O que causou a revolta de muitos torcedores que, ou jogavam fora o companheiro de jornadas, ou os levavam de volta para casa e carros.
— Isso é um absurdo — protestou o sócio colorado Afonso Carlos Aguilar, de 51 anos.
— É, mas hoje (sábado) é jogo de Copa. E, na Copa, radinho não pode — retrucou o steward.
— Fui às Copas de 2006 e de 2010. Sempre de radinho — seguiu reclamando o torcedor, que acabou levando o rádio de volta para o carro.
Lancherias
É verdade que a maioria delas não estava na mira do COL, mas as lancherias, que funcionaram tão bem na inauguração do Beira-Rio, beiraram o fracasso no sábado. Muitas estavam fechadas e o tradicional isopor foi a solução encontrada para quem desejava beber ou comer em meio ao jogo.
Filas
Com a promoção para o Dias das Mães _ sócias tinham entrada franca e não-sócias pagavam meia-entrada _, alguns setores do estádio lotaram ainda cedo. O problema é que os torcedores formavam filas e demoraram a ser informados para procurarem outras entradas. Além disso, alguns torcedores encontraram dificuldades para acessar ao estádio mesmo alegando terem realizado o check in do Inter. Erro do clube e que não ocorrerá durante a Copa, quando toda a administração será da Fifa.
3G e telefonia
Em determinados setores do estádio, a internet 3G e o wi-fi disponibilizado pelo Inter funcionaram. Sorte de alguns. Na maior parte do Beira-Rio, porém, os problemas de sempre em grandes jogos: telefonia e dados não funcionaram. O COL cobrou a Anatel, que exigirá melhorias imediatas das operadoras no estádio.
Segurança
Ainda que a Brigada Militar e que a EPTC estivessem sob observação do COl, o procedimento de escolta das equipes foi o padrão. A Polícia Federal realizou uma varredura no estádio, ainda pela manhã, a fim de detectar bombas. O processo será comum durante a Copa. Além disso, atiradores de elite da polícia estavam posicionados em locais estratégicos do Beira-Rio, entre eles, nos skyboxes do estádio. Na Copa, eles entrarão em ação em um caso extremo.
Gramado
Elogiado pelos integrantes do COL, o gramado do Beira-Rio passou no teste. Segundo a Fifa, é o melhor do Brasil, ao lado do Itaquerão, em São Paulo.
Entrevistas
Uma nova e ampla sala de entrevistas foi inaugurada no Beira-Rio. As entrevistas dos técnicos Abel Braga e Miguel Ángel Portugal seguiram o padrão exigido pela Fifa para a Copa do Mundo. A zona mista, com os jogadores passando pelos jornalistas e dando entrevistas, só não foi perfeita porque os atletas do Atlético-PR fizeram um papelão e passaram reto pela imprensa, em silêncio, seguindo orientação da própria direção.
Sistema de som e telões
Outros dois itens aprovados pelo COL. O sistema de som esteve impecável ao contrário do que ocorreu na inauguração do estádio, e os telões também funcionaram muito bem.
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